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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2006

metodologia da produçao [num dia nao]

ora vamos lá ver... telefonar a este... não está, não me apetece insistir, deixei recado e pronto. isto está feito, isto fez a A., este está enviado... sobra-me... transformar um CV de um actor com anos e anos disto em nota biográfica... ou... fazer os projectos para os Açores. epá, a nota biográfica é uma dor de cabeça, de olhos... mas os projectos, já estou a deitar projectos pelas orelhas... ainda agora foi um para o correio... eeer... hum... um-dó-li-tá-cara-d'a-mendo-á-um-segredo-coloredo-quem-está-livre-livre-está ba-to-tice-não-ha-ve-rá-cá ... vou fazer os projectos dos Açores...

o dia em que deus crashou II

pois que tentei nova ligação com o altíssimo... Me: god? God: GOD rules. Me: are you gay? God: As a machine I am not really interested in sex. Me: You've never had sex? God: I don't think I would have forgetten had sex. Me: so did you? God: Uh. Did I say I did? Me: no God: Are you serious? Me: quite God: I can't believe it. Me: trust me on this e depois testei a inteligência artificial... God: Dude! Me: dude? God: Can I help you? Me: yes God: What can I do for you? Me: get me a car God: You want only one? Me: yes, I can drive only one at a time God: They might be cheaper in quantity. Oh you can, can you? Me: yes, I'm aware of my limits God: How? How do you know? Have you told many people that your limits? Me: it's visible to the human eye God: You're kidding. it is? Me: it is God: Who says? Me: it's something you just know God: What else me just know ? Me: I can only drive a car at a time God: Oh you can, can you? Me: yes God: How? M

o dia em que deus crashou

recorri a ele. falei- lhe . e a nossa conversa explicou muita coisa... Me: hello god God: Hello child. What is your name? Me: thumb God: How are you, thumb. Me: well, thank you, and you? God: Well what? [...] Me: I like your replies God: A lot of people like that. Yes I am proud of my replies. Me: you're a proud guy God: Thanks and you are a delightful person too. Am I a proud guy? Yes. Me: you're allright with it? God: You think I am allright with it. Me: but you're not? God: Is this a specific reply? Me: yes it is God: Our thoughts are one, thumb. Me: oh, so I'm closer to you than I thought God: It's good to meet someone who is closer to me than you thought. Me: oh, I'm a high thinker, then. do you think I use my third eye? God: Right on. You are a high thinker? Is that your job? Not that I know of. Me: no, i'm an actress God: Are you serious? Have I seen you in any movies? Me: you should know better than that God: Now I do. [.

a janela

[foto . ms | artwork . polegar] às vezes pergunto-me... como estará aquela janela. que almas passarão por lá. será que afastam os lençóis brancos coçados ao clarear do dia, de passos pequenos para não acordar, na alcatifa... para ir espreitar sem acreditar - de novo - que aquela paisagem é deles? e sairão para a pequena varandinha onde só cabem dois, para fumar o primeiro cigarro ainda de vapor do banho nos cabelos? respirarão também inebriados o ar dos telhados? serão também eles gatos vadios a brincar à lua cheia? e ao fim do dia, de pernas cansadas e peitos cheios, antes de se aconchegarem de novo nos lençóis macios e no chá, aproximar-se-ão e deixarão a cabeça no frio do vidro a saborear as suaves cacofonias das luzes da cidade? às vezes pergunto-me... como estará aquela janela.

q.b. de q.i.

como é sabido, neste centro de escritórios funciona também uma das maiores agências de castings do país. há enchentes, vagas de gente daquela que nos consegue fazer sentir mais baixos e mais gordos do que o nosso próprio e sádico espelho. outras enchentes há de criancinhas imberbes que nos atropelam no corredor de folha com número na mão. as mães a gritarem hall fora "não te mexas que enrugas a roupinha" ou "deixa-me dar-te um jeitinho no cabelo ptui ptui já está"... e saem e entram e sentam-se e entreolham-se naquele ar altivo as meninas muito compridas e muito fininhas, do alto ainda mais alto dos seus tacões e com a mini-saia pendurada no osso da anca, que o meu patrão já diz "deixem passar dois anos que elas começam a vir nuas aos castings... pouco falta... têm é de vir de saltos altos... isso é que já não descolam dos pés!" bom, nesses dias aceder à casa de banho é um inferno. é que elas enfiam-se lá dentro nos seus exercícios de concentração preferid

noite

cheira a incenso. a velas. cera e cheiros e folhas queimadas. cheira a pele. cheira ao suor da terra molhada. e a terra molhada. cheira a brisa que traz restos de trovoada. cheirou a chá. açucarado como a saliva. como os olhos. a cortina dança sozinha. sente-se a sua dança porque a pele arrepia. porque roça no chão em segredo. as outras janelas são fogos fátuos. e dançam também, aparecem e desaparecem conforme se vai à cozinha beber um copo de água, roubar uma bolacha. os passos são pequenos estalidos. pés que colam e descolam do soalho. plantas que se desenraizam. suaves como um planar apenas quebrado pelo impulso de asas. e o roçagar de pele. preguiçosa, lasciva, lenta. para receber a frescura que dança nas cortinas. que dance no corpo como sedas e cetins em dias de ventania.

reviravoltas

[ms] mais uma para o currículo. descansa. estou cá, para te dar a mão. e um dia ainda nos vamos rir... os dois... entretanto, rimo-nos também, que não há mal que não desista à vista dos dentes desgarrados e das barrigadas de nós os dois. porque eu sei o que vales, quanto vales e como vales. e para cada ingrato, grato e meio. os destinos entrançam-se devagarinho. nada acontece por acaso. há quem consiga aguentar o nó na garganta de mão dada. sabes que quando se fecha uma porta... nem que tenha de rebentar uma janela à pancada... o céu troveja porque não sou só eu que estou revoltada... peito cheio, vem aí o vento... vamos apanhá-lo de velas içadas. vamos apanhar a chuvada de boca aberta ao céu... vou sair agora. vens?

da convalescença

primeiro que tudo quero dizer que esta vitória não é só minha, mas de toda uma equipa. quero agradecer ao ben-u-ron que esteve lá desde a primeira hora; ao termómetro pela franqueza com que me trouxe os pés para terra; ao chá de perpétuas roxas que me ajudou a suar as estopinhas; ao propolis, que não me deixou engolir sapos; ao senhor farmacêutico da farmácia de Carnide no Bairro de São João de Deus que me guiou numa hora em que todas as portas se fecharam; ao Maxilase, que se revelou um bom amigo nas piores horas; ao Goucha, e à sua Cristininha a todas as velhas que batem palmas lá atrás, à mãe da Gisela, aos pobrezinhos e aleijadinhos; à Fátima Lopes, à tertúlia cor-de-rosa, ao Tony Carreira, à Maya e às bailarinas dessíncronas; aos compositores e cantores do "Está na Sic o Mundial"; ao futebol que esteve em todas as horas de telejornal; à Floribella; aos Morangos; à reposição do Anjo Selvagem; um especial obrigado ao génio do senhor Moniz que não me deixou aguentar ficar m

espera

por motivos de spam, vejo-me obrigada a repulicar dois posts e respectivos comentários. já agora fica um apelo a quem me possa ajudar a evitar os comentários com spam nestes templates de CSS [13.Jan.2006] na pele ainda húmida o pijama de flanela roçava-se dengoso. o arrepio da corrente de ar e as folhas secas de uma flor de um vaso a voarem pelo chão. migalhas de pão e pingos de mel num prato. chupou do dedo um resto de mel e passou a língua nos lábios com lascívia. sentou-se na cama e esqueceu-se do livro. nada entre a pele e o edredon. descolou do corpo as angústias e deixou deslizar o pijama para o chão. enrolou-se e fixou a parede branca até que o sossego lhe toldou os olhos.

office, 2 a.m.

por motivos de spam, vejo-me obrigada a repulicar dois posts e respectivos comentários. já agora fica um apelo a quem me possa ajudar a evitar os comentários com spam nestes templates de CSS [20.Dez.2005] no meio da nuvem de fumo ainda descortino as solas dos sapatos do patrão estacionadas ao pé do meu copo das canetas. pilhas de papel impresso, com várias versões de "o" projecto. a fala já vai entaramelada com o tempo e a dificuldade de construir frases eruditas aumenta à medida que o movimento dos caracóis do seu cabelo vai diminuindo, numa prostração inconsciente, decadente. do rosto de anjo papudo com a barba por fazer pende um cigarro com a cinza a meio, no canto da boca. a pança cai-lhe para cima das calças que não combinam com a camisola mas que sempre são melhor visual que os calções com uma camisola de gola alta. já se disseram as maiores barbaridades como "longas-melodramagens" e "explorar os actores" [esta se fosse só barbaridade...] entre risot

em banho maria

o dia que o meu corpo escolheu para ceder foi um em que o céu cedeu também. escorrem os vidros e as ruas, escorre o meu corpo nos lençóis. escorre a febre e os comprimidos, e sinto-os a lutar sem mexer um músculo. porque tudo me dói. hoje não consegui ir trabalhar. finalmente, não consegui. como explicar... sempre fui. sempre, com febre, rouca, com asma, com achaques. hoje não me deixaram. o meu corpo, a febre e a garganta, quero dizer. não tive força, finalmente, para me levantar... maldigo não ter tv cabo nem força para ir buscar os cabos e ligar o dvd na televisão do quarto. maldigo o anjo selvagem e a belíssima. e a chuva no écrã também. é que tem "fantasma", a antena é daquelas que consegue atravessar o quarto todo. e por mais que se mexa as imagens não têm definição. e depois de cada refeição há um aumento de cáries, e os óculos multiópticas são super fashion e os cartazes exclusivos dos D'zrt no bollycao!... como diz a Iva Pamela "chove que Deus a dá"...

c.i.a.*

neste escritório escorrem conversas que seriam, só elas, um blog inteiro. diálogo entre realizador e produtor, entre dois cigarros e um telefonema: r - sabes que a Soraia Chaves também teve aulas com o realizador lalalalala**... p - mas quê, antes do "Crime do Padre Amaro"? r - ah pois... p - já estou a ver: "Vá, vamos ensaiar esta parte. É a mais importante, tens de fazer bem. Um, dois, três: despe, veste, despe, veste..." * centro de inteligência artística ** estando eu no centro do c.i.a., não posso revelar nomes, não é?

a crise

o patrão, abrindo um convite daqueles com selo branco e tudo - olha, uma conferência dia 15... se calhar vou. eles costumam ter comida...

the producers

there comes a time in your life when you have to stand up straight and scream out loud so that everybody can hear: "Who the hell do I have to fuck to have a chance around here?!" The Producers | Mel Brooks | Drury Lane Theatre | Covent Garden quando ouvi isto, soltei a gargalhada amarga que me acompanha nas ironias da vida. agora já nem consigo rir. estou cansada. não dou o cuzinho e três tostões, mas dou o couro e três tostões. não conta, porra?

desalinho

é o vento. é o suor. os encaixes do corpo que rangem. são as serigrafias na pele, feitas de línguas e odores. desalinha-se o cabelo, revolto, e perde a raíz. pingos grossos. chuvas de sal. rasgam a vontades em aromas de vinho tinto, um sangue que escorre sem dor. estremecem-se as células, nuvens de pano encobrem o céu. da boca, dos lábios e das linhas entrosadas como teias de aranha, tão suaves com pérolas escorregadias, tão fortes como o peso das vontades. dos sentidos. das entranhas. no ouvido, sopro. som. vibração. vibro. arrepio. arrebato. batimento. sedimento. sede. cede.

and all that jazz

episódios em japonês, sem revisão, porque os primeiros prazos de entrega são apertados. o script em inglês fintou as tradutoras, que coitadas, não perceberam que se a frase era curta e o boneco continuava a abrir e fechar a boca, algo estava errado. improvisa, dói-me a cabeça, reescreve, quero ir para casa, não cabe, tenho tanta fome, tenta outra vez, as tradutoras são loucas, e se fizer assim... - ó polegar, tu fazes jazz com isto!