há coisas tão boas que se sentem com o sabor do pecado. sabe a pecado perceber que nos visualizamos a viver ali ou ali. sem dificuldade, acreditamos que simplesmente podíamos ir ficando, por um enquanto indefinido. derrete-se a língua nova na boca, sabe-se que se vira à esquerda e o rio é já ali, que é tão fácil criar raízes entre bancas de roupa vintage . as rotinas são coisas que nascem espontaneamente, o café preferido e o sítio onde comprar a baguette , o restaurante japonês barato, o mercado de rua e o supermercado do leite bom. de repente já são nossos, dados adquiridos como saber que descendo aqui a rua vai dar à tasca onde o vizinho dispensa um pão ao domingo à noite. gosto de não precisar de um carro para nada. gosto de poder ir a pé ou de bicicleta, do é já ali sem cansaço, gosto de ter transportes para todo o lado, de o passe ser barato e dar para tudo a toda a hora, de a comida ser barata, de os jardins serem para todos e de haver muitos jardins, de se poder pisar a relva, ...