... me perco, sem nexos aparentes. não interessa. gosto de palavras.
gosto da palavra "palavra". os lábios tocam-se ao de leve. desliza na língua e brinca na saliva. outras duas palavras bonitas.
"bonita" é bonita porque se mastiga e degusta.
os arrepios dos cantos ao ouvido, sempre entre sussurros quentes, perdem-se-me e fazem-me levar os dedos ao pescoço. é pele, e "pele" também se saboreia. a palavra e o sentir.
gosto de sabores. dos doces. sou gulosa e gosto de coisas gulosas. gosto de palavras e doces, salpicados de canela.
e gosto de maçã, e morango. gosto de como ondula: mo-ran-go. o "g" também é guloso, toca no fundo da boca.
gosto de tocar com a língua no céu. da boca e do mundo.
e gosto de enfiar-me por desconexos momentos onde me enrolo e enrolo os cabelos. como a língua a falar francês.
e o ressoar do ar nas cordas. podiam ser violinos. ou um piano. é som. é, sim.
é a pequena brisa, o pequeno vento ("vennnnto") privativo que cada palavra tem. tem hálito quente, mas sabe a lábios frescos.
gosto de lábios. e sorrisos. sem sons de grande revelação, é das minhas palavras preferidas. porque se dão. só, assim.
e beijos e beijinhos. e carinhos. e "inhos" no geral. já me disseram que a minha Lisboa é "feita de diminutivos".
se calhar, como sou pequenina, também me encanto em encantamentos de tamanhos reduzidos. "encantamento". bonito, não é?
brincar assim, de letra em letra, como se de nada fosse feito o riso. como se descalça na cozinha, ouvindo o fervilhar do jantar, pudesse entre cigarros e cheiros de petiscos, ler Pessoa à janela. porque não? o Pessoa é boa pessoa, e escreveu para se ler. ler poesia como se lê um separador de livro. não precisa de ser grave. precisa de ser.
maravilhas da dicção, da palavra e do falar. não interessam as bocas, interessam as formas. que se moldam à nossa boca.
gosto da palavra "palavra". os lábios tocam-se ao de leve. desliza na língua e brinca na saliva. outras duas palavras bonitas.
"bonita" é bonita porque se mastiga e degusta.
os arrepios dos cantos ao ouvido, sempre entre sussurros quentes, perdem-se-me e fazem-me levar os dedos ao pescoço. é pele, e "pele" também se saboreia. a palavra e o sentir.
gosto de sabores. dos doces. sou gulosa e gosto de coisas gulosas. gosto de palavras e doces, salpicados de canela.
e gosto de maçã, e morango. gosto de como ondula: mo-ran-go. o "g" também é guloso, toca no fundo da boca.
gosto de tocar com a língua no céu. da boca e do mundo.
e gosto de enfiar-me por desconexos momentos onde me enrolo e enrolo os cabelos. como a língua a falar francês.
e o ressoar do ar nas cordas. podiam ser violinos. ou um piano. é som. é, sim.
é a pequena brisa, o pequeno vento ("vennnnto") privativo que cada palavra tem. tem hálito quente, mas sabe a lábios frescos.
gosto de lábios. e sorrisos. sem sons de grande revelação, é das minhas palavras preferidas. porque se dão. só, assim.
e beijos e beijinhos. e carinhos. e "inhos" no geral. já me disseram que a minha Lisboa é "feita de diminutivos".
se calhar, como sou pequenina, também me encanto em encantamentos de tamanhos reduzidos. "encantamento". bonito, não é?
brincar assim, de letra em letra, como se de nada fosse feito o riso. como se descalça na cozinha, ouvindo o fervilhar do jantar, pudesse entre cigarros e cheiros de petiscos, ler Pessoa à janela. porque não? o Pessoa é boa pessoa, e escreveu para se ler. ler poesia como se lê um separador de livro. não precisa de ser grave. precisa de ser.
maravilhas da dicção, da palavra e do falar. não interessam as bocas, interessam as formas. que se moldam à nossa boca.
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