deixo-me dormir mais 20 minutos e chego os mesmo 20 atrasada ao tal do monumento para a montagem. os carregadores já lá estão e começamos a labuta. da colega [substituta, esta semana, mas igualmente franzina, só que mais nervosa e caótica] nem sombra. começo logo a remoer, ela no dia anterior tinha-me pedido para a acordar, o que fiz, contrariada e avisando que isso é favor que só faço uma vez. pego no telefone pronta a ouvir a coisa do "está trânsito" ou "adormeci mas já tou a caminho". ouço uma voz de almofada que me arrepia toda. "então, V.?" "então o quê?" "espectáculo... remember?" "mas que horas são?" aieee "9:30" "ai, desculpa, vou já para aí".
chegou estava quase tudo montado. uma hora e dez depois de mim. com a loucura da confusão de berbequins e porcas e panejamento, nem dei conta das horas nem das pessoas que já estavam. entra uma das actrizes a cantar "lágrima" e o mundo pára um bocadinho. não é toda a gente que tem direito a show case de A Naifa com o seu fado preferido... mesmo entre carpetes imundas e parafusos.
o momento zen termina quando, às 10:45, dou pela falta de dois actores... com espectáculo a começar às 11:00.
um foi acordado aos primeiros toques de telefone. o outro devia estar com uma moca tão grande que só acordou depois de várias tentativas. às professoras foi dito que um dos actores tinha tido um acidente de carro e estava a resolver o problema. pedimos à M que começasse a visita guiada com os 50 miúdos e que enchesse chouriços para os dois ramelas chegarem. ao contrário das piores previsões [o espírito de equipa nos bons actores é, de facto, sintomático], ela prontificou-se a fazer uma longa visita guiada por todos os meandros do dito monumento e disse que se necessário até recitava Pessoa.
assim se conseguiu evitar o desastre, e os meus joelhos fraquejaram quando o último rameloso entrou a correr nos claustros.
eu não sei... eu acho que um atraso é normal. e chego quase sempre atrasada. mas... assim? sempre trabalhei com gente que brasicamente pagava do seu bolso para poder ir ensaiar e representar... e nunca tive destas agonias! não havia a coisa [a que eu me recusei quando me passaram a pasta] de ligar aos meninos para os acordar. para fazerem 2 horas de trabalhinho pago ao mês, asseguradinho... e ainda é preciso coordenar as coisas entre o respeito pelo colega que lá esta desde manhã e o respeito pelo espectáculo em si.
o mundo, está, de facto, ao contrário...
chegou estava quase tudo montado. uma hora e dez depois de mim. com a loucura da confusão de berbequins e porcas e panejamento, nem dei conta das horas nem das pessoas que já estavam. entra uma das actrizes a cantar "lágrima" e o mundo pára um bocadinho. não é toda a gente que tem direito a show case de A Naifa com o seu fado preferido... mesmo entre carpetes imundas e parafusos.
o momento zen termina quando, às 10:45, dou pela falta de dois actores... com espectáculo a começar às 11:00.
um foi acordado aos primeiros toques de telefone. o outro devia estar com uma moca tão grande que só acordou depois de várias tentativas. às professoras foi dito que um dos actores tinha tido um acidente de carro e estava a resolver o problema. pedimos à M que começasse a visita guiada com os 50 miúdos e que enchesse chouriços para os dois ramelas chegarem. ao contrário das piores previsões [o espírito de equipa nos bons actores é, de facto, sintomático], ela prontificou-se a fazer uma longa visita guiada por todos os meandros do dito monumento e disse que se necessário até recitava Pessoa.
assim se conseguiu evitar o desastre, e os meus joelhos fraquejaram quando o último rameloso entrou a correr nos claustros.
eu não sei... eu acho que um atraso é normal. e chego quase sempre atrasada. mas... assim? sempre trabalhei com gente que brasicamente pagava do seu bolso para poder ir ensaiar e representar... e nunca tive destas agonias! não havia a coisa [a que eu me recusei quando me passaram a pasta] de ligar aos meninos para os acordar. para fazerem 2 horas de trabalhinho pago ao mês, asseguradinho... e ainda é preciso coordenar as coisas entre o respeito pelo colega que lá esta desde manhã e o respeito pelo espectáculo em si.
o mundo, está, de facto, ao contrário...
Comentários
Será que anda aí uma doença do sono, será que andamos todos numa de laissez-faire, ou será culpa do governo?
Acho que o que aconteceu contigo foi muito mais chato, seria um desastre muito maior do que o meu se o outro senhor não tivesse acordado...mas dava tudo para ter o teu momento zen.
E já agora...andam a mentir às criancinhas???
Beijos
se se trabalha em equipa e para um público a atenção tem de ser redobrada.
fazer um espectáculo (se bem me lembro) vive do mais pequeno pormenor.
não respeitar isso pára a máquina.
a história fica por contar.
e o público perde.
os colegas perdem.
e o desrespeito é total.
infelizmente as vedetas são assim...
Raios partam o mito da genialidade eternamente "atada" à excentricidade. Não é mais do que isso...um mito. Uma esfarrapada desculpa para a perguiça, para um deserto de respeito. Isto de quem não se esforça, de quem muitas vezes consegue "lugar", por outra coisa qualquer, não a qualidade, o talento, ou o suor...
Amiguinha...temos orgulho em ti...tanto!
P.S. - Desculpem-me. Irritei-me um pouco.
Polegar, amiga: força, coragem e perseverança! Temos de facto muito orgulho em ti!
Beijo GRAAAAAANDE, B.
macaso: só mentimos em ocasiões especiais e desde que seja para o bem de todos... tenho de conseguir que os meninos vejam aquilo para que pagaram, e assegurar-me de que não pedem o dinheiro de volta! acima de tudo porque quem dá a cara (suja e empoeirada) ali sou eu, e não quero ser apedrejada em praça pública! ainda por cima estamos em espaço santo! ;)
espanta: como sempre, na batata!
miak: inspira, expira... já passou e os meninos levaram nas orelhas do senhor encenador... muito ao de leve, é certo, mas hoje já apareceram (mais ou menos) a horas;)
colher: olaré
B: não é coragem nem nada dessas coisas lindas, filha, é sobrevivência LOL
Beijoca, B.