e uma pessoa assiste a isto...
ele - ai, credo, nem acredito. é que é como se fossem quarenta anos! quarenta anos! e eu estou nesta vida! como? imagina só... se eu tivesse levado a vidinha normal que toda a gente leva... era... deixa cá ver... bancário! sim, bancário. já tinha uma casa muuunto grande... e um crédito para pagar a casa... e era casado... e tinha filhos! filhos, já tinha filhos! já me imaginaste isto? e depois, depois levava-os ao oceanário! mas não era para pedir patrocínios! cá agora! não, ia com as criancinhas ao domingo ver os peixinhos... sim, e ia ao teatro, pois ia... mas era a pagar! pagar o bilhetinho! com o cartão de crédito!
ela - já viste, até cartão de crédito tinhas...
ele - pois era! mas uma pessoa mete-se nesta vida... mas que raio. e depois deixar? como é que consegues? é uma coisa medonha! fica-se com uma sensação... uma sensação... que... que... sabe deus! não sei dizer. olha, se largares morres.
ela - por isso é que cá andamos, maluquinhos, com este vício da trampa, sem um tostão.
ele - eu queria era poder começar de novo... nascia e... mas não nascia cá. é que nem pensar! nem cá nem em África, que isto de ser preto é uma merda.
ela - e ser branca e nascer em África, hã? é pior!
ele - é verdade. isso deve ser horrível. mas também não queria nascer no Brasil. podia calhar a nascer pobre. não. tinha de ser num país nórdico. dos ricos...
ai, senhores, a risa...
ele - ai, credo, nem acredito. é que é como se fossem quarenta anos! quarenta anos! e eu estou nesta vida! como? imagina só... se eu tivesse levado a vidinha normal que toda a gente leva... era... deixa cá ver... bancário! sim, bancário. já tinha uma casa muuunto grande... e um crédito para pagar a casa... e era casado... e tinha filhos! filhos, já tinha filhos! já me imaginaste isto? e depois, depois levava-os ao oceanário! mas não era para pedir patrocínios! cá agora! não, ia com as criancinhas ao domingo ver os peixinhos... sim, e ia ao teatro, pois ia... mas era a pagar! pagar o bilhetinho! com o cartão de crédito!
ela - já viste, até cartão de crédito tinhas...
ele - pois era! mas uma pessoa mete-se nesta vida... mas que raio. e depois deixar? como é que consegues? é uma coisa medonha! fica-se com uma sensação... uma sensação... que... que... sabe deus! não sei dizer. olha, se largares morres.
ela - por isso é que cá andamos, maluquinhos, com este vício da trampa, sem um tostão.
ele - eu queria era poder começar de novo... nascia e... mas não nascia cá. é que nem pensar! nem cá nem em África, que isto de ser preto é uma merda.
ela - e ser branca e nascer em África, hã? é pior!
ele - é verdade. isso deve ser horrível. mas também não queria nascer no Brasil. podia calhar a nascer pobre. não. tinha de ser num país nórdico. dos ricos...
ai, senhores, a risa...
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beijinhos