para mim, há algo de tenebroso num estúdio de gravação. apesar de ser a minha casa quando faço os bonecos [e aí ninguém me pára], quando se trata de fazer música com a minha voz, parece que o meu mundo está a sofrer um tremor de terra. e os meus sons saem aos saltinhos.
e não me salvam mezinhas, propolis, euphons, chás de perpétuas roxas, copos e copos de água ou exercícios de respiração. não me salva vizualizar-me sozinha no carro com o velho cd do Chicago aos berros e eu a fazer coro com a Zeta-Jones.
é que ali ouço-me... e a fantasia vai ganhando forma, porque estou a cantar uma coisa meio Broadway, e já estou num palco escuro com uma cartola e com o follow spot em cima e o público está ao rubro e a minha voz sai densa e intensa e... pimba, a nota sai ao lado, não consigo fazer a ponte para o maldito - agudo - tipo - dedo - no - chamado - orifício.
e então vejo as caras do outro lado do vidro duplo, vejo-os mas não os ouço e por isso penso logo que não têm mais nada para fazer que não seja estar a falar mal de mim, eu sei que estão a perguntar-se de onde é que saiu esta pobre alma desafinada.
aí maldigo a pobreza, a falta de aulas de voz que sempre quis ter e a minha imuno-deficiência ao canto.
deve ser o único trauma que não sei de onde raio é que me saiu.
ficam sempre espantados quando digo que não sei cantar. como não? porquê? és afinada, tens ouvido, sentido de ritmo, tens uma voz linda...
oh, senhores: a minha voz é linda para falar. falar, eu falo bem... e falo muito e tudo...
e não me salvam mezinhas, propolis, euphons, chás de perpétuas roxas, copos e copos de água ou exercícios de respiração. não me salva vizualizar-me sozinha no carro com o velho cd do Chicago aos berros e eu a fazer coro com a Zeta-Jones.
é que ali ouço-me... e a fantasia vai ganhando forma, porque estou a cantar uma coisa meio Broadway, e já estou num palco escuro com uma cartola e com o follow spot em cima e o público está ao rubro e a minha voz sai densa e intensa e... pimba, a nota sai ao lado, não consigo fazer a ponte para o maldito - agudo - tipo - dedo - no - chamado - orifício.
e então vejo as caras do outro lado do vidro duplo, vejo-os mas não os ouço e por isso penso logo que não têm mais nada para fazer que não seja estar a falar mal de mim, eu sei que estão a perguntar-se de onde é que saiu esta pobre alma desafinada.
aí maldigo a pobreza, a falta de aulas de voz que sempre quis ter e a minha imuno-deficiência ao canto.
deve ser o único trauma que não sei de onde raio é que me saiu.
ficam sempre espantados quando digo que não sei cantar. como não? porquê? és afinada, tens ouvido, sentido de ritmo, tens uma voz linda...
oh, senhores: a minha voz é linda para falar. falar, eu falo bem... e falo muito e tudo...
Comentários
para te motivar posso dar o exemplo do tipo que não queria fazer teatro e 6 meses depois estava de cuecas em palco? :P
eu não me nego a fazer as coisas... o problema é que não gosto do resultado final... bah!
conheço bem os meus queridos e salvadores euphons que já me salvaram...de tanto falar e falar e às vezes berrar à jubentude do secundário!
Não cantas bem? E eu a pensar que eras perfeita...ai ai ai...;)
é só mais uma forçinha...isso vai lá ;)