foto de espanta-espíritos para mim, aos meus fantasmas de bolso, com banda sonora ou silêncios, sem dúvida em fôlegos apertados. caminhadas na minha cidade de vento frio a baralhar-me o cabelo. as imagens escorrem apesar de não serem chamadas. simplesmente estão lá. vivas, de bocas riscadas para baixo e palavras amealhadas em meias ilusões que almofadam a queda. é tempo. é tempo de as agarrar com os dedos e ignorar punhos cerrados. para que as sinta sem me magoar. para que não me esqueça. mas para que repouse. servir a gosto. mudemos de casa; porque é preciso arrumar as dores de outra maneira, certificarmo-nos da existência do corpo em novos lençóis, voltar a ter ilusões, lugar propício para a curiosidade de alguns que nos fazem acreditar que a vida é um amplo anfiteatro para as mãos. jorge gomes miranda agradeço à lebre e à menina limão , que me ajudaram a arrumar as ideias.