pediram-me que escrevesse, e escrevi. afeiçoei-me ao senhor e foi com um gostinho adocicado na boca que soube que ele tinha conseguido levar a sua avante e que os meus dedos tinham dado um pequeno contributo para isso. depois fugi, como se sabe, dos dias cinzentos, à procura de luz e de pinturas que me devolvessem a cor à cara. não sei por quanto tempo, mas isso agora não interessa à conversa.
há pouco tempo inscrevi-me numa nova agência, onde trabalha uma colega minha.
"procuramos actriz entre 20 e 30 anos, sem madeixas" - não se vê logo que sou eu?
conhecendo a minha história, não hesitou em ligar-me: há aqui a hipótese de uma participação pequena no filme do teu amigo. o cachet é uma merda. queres?
por acaso até quero. se andei com o bebé ao colo, agora, se posso, quero ajudá-lo a andar.
fui, assim, conhecer o glamoroso mundo do cinema. num ambiente bastante aconchegado, ou não conhecesse eu mais de metade da equipa. incluindo os senhores do topo. todos acharam imensa graça a eu ter caído lá de pára-quedas. a nos reencontrarmos assim. tão gira que estás, minha querida. eu pacientemente à espera durante horas, de cabelo apanhado em complicadas tranças, vestida de criada madeirense de finais do século dezanove, rendinhas na cabeça e tudo, a tentar aquecer-me num alpendre em Sintra, com o meu livrinho nas mãos. quando o sol se começou a finar é que se lembraram que tinham uma cena de exteriores para gravar. e pronto, lá fui eu receber os meus patrõezinhos. a bater os pés entre "cortas" porque deixei de os sentir com o frio.
foi dia de burros, cavalos brancos e ratazanas domésticas que também eram meus colegas figurantes.
dentro de alguns dias, volto lá, para gravar uma cena pequena, com falas.
e a modos que é isto.
há pouco tempo inscrevi-me numa nova agência, onde trabalha uma colega minha.
"procuramos actriz entre 20 e 30 anos, sem madeixas" - não se vê logo que sou eu?
conhecendo a minha história, não hesitou em ligar-me: há aqui a hipótese de uma participação pequena no filme do teu amigo. o cachet é uma merda. queres?
por acaso até quero. se andei com o bebé ao colo, agora, se posso, quero ajudá-lo a andar.
fui, assim, conhecer o glamoroso mundo do cinema. num ambiente bastante aconchegado, ou não conhecesse eu mais de metade da equipa. incluindo os senhores do topo. todos acharam imensa graça a eu ter caído lá de pára-quedas. a nos reencontrarmos assim. tão gira que estás, minha querida. eu pacientemente à espera durante horas, de cabelo apanhado em complicadas tranças, vestida de criada madeirense de finais do século dezanove, rendinhas na cabeça e tudo, a tentar aquecer-me num alpendre em Sintra, com o meu livrinho nas mãos. quando o sol se começou a finar é que se lembraram que tinham uma cena de exteriores para gravar. e pronto, lá fui eu receber os meus patrõezinhos. a bater os pés entre "cortas" porque deixei de os sentir com o frio.
foi dia de burros, cavalos brancos e ratazanas domésticas que também eram meus colegas figurantes.
dentro de alguns dias, volto lá, para gravar uma cena pequena, com falas.
e a modos que é isto.
Comentários
(ainda que meta frio e ratazanas)
:)
p.s.
"extras", excelente série... lembraste-me
com o titulo
um dia [volto a] escrevo sobre isso.
o título foi propositado - o paralelismo era inevitável. faltava-me era andar lá de guião na mão a meter conversa com os actores a pedir para meterem uma cunha para me aumentarem o papel - coisa que, por mais que tente, não consigo, não consigo ;)
de início era suposto ser um texto bem humorado sobre as tropelias desse dia. não tomou esse caminho, mas ficou o "rótulo".
(a série é delirante, com algo de "negro"...)
p.s.
olha que até ficou bem humorado... eheh
Tudo..
Fico daqui de longe ansioso por poder ver e ler essa obra.
Parabéns.
Parabéns.
Parabéns.
Parabéns.
Mui bien Chica!
Grão a grão...normalmente é assim que vai acontecendo, só temos de nos sentir felizes por todos os "pequenos nadas" ;)
Parabéns!
Beijos, B.