estou entalada entre joguinhos políticos, bichos esquivos, roer a corda e lavar as mãos.
pergunto-me se respire, se faça o que me manda o mau feitio: deixá-los desorientar-se enquanto vou para a rua ler um livro ou acabar de pintar o meu quadro. que me telefonem quando se entenderem, que me digam que já não precisam de mim quando nunca cheguei a poder fazer o meu trabalho, ou que me digam que o faça então nas minhas condições.
... esta última é só para me rir um pouco.
não tenho paciência politizada, não gosto de jogos de anca, do jogo da corda. disse logo que os objectivos eram impraticáveis, perguntei - oh, inocente frontalidade - porque é que não deixam cair este projecto se não têm condições para entregar uma coisa de qualidade. porque sou competente para perceber o que é fazível ou não, raios me partam se não trabalho nisto há 7 anos e se as pessoas que se cruzaram comigo no plano prático não voltam sempre, com um "vai ser um prazer voltar a estúdio contigo". por isso não faço promessas que não consigo cumprir e prefiro dizer que não a dar falsas esperanças. defendo-me e àqueles que vão à luta comigo. é assim que trabalho.
pus as minhas limitações: ou me dão as condições mínimas de prazos e quantidade de material entregue ou não quero. disseram que sim, que diminuíam a "encomenda", para se poder entregar no prazo, que esse não se podia alterar. ponderei que começando impreterivelmente no dia x, seria fazível. aceitei. tratei do que me competia e fiquei à espera da chamada do "está tudo a postos, podem começar". já tenho os actores, os "meus" actores - os rápidos, que não falham, que têm talento. já tenho um plano de horários de estúdio, já vi toda a primeira temporada da série em vez de ir jantar fora, já pesquisei personagens e já queimei as pestanas com a distribuição de vozes - que são metade das que precisava. já me mentalizei que terei pelo menos 13 semanas a trabalhar um mínimo de 12 horas por dia, sem folgas ou fins de semana, que se calhar vou ter problemas se me convidarem para começar ensaios em Setembro. mas isso é problema meu. só preciso que me digam que têm as coisas para se começar a gravar. para eu começar a trabalhar.
eis que não chegam chamadas, ninguém tem previsões, não há prazos e até já me perguntaram "não dá para gravar com o vídeo do youtube"? aí percebi a insanidade do desespero.
chamem-me control freak, que sei que sou, mas quando não tenho controlo sobre o meu próprio trabalho, quando não me dão o material para trabalhar, quando o elo da cadeia se quebra mesmo antes de chegar às minhas mãos e me vejo rodeada de má gestão, eu entro em parafuso. fico para aqui feita barata tonta apesar de não poder fazer nada, a olhar para os dois telemóveis mudos, para os e-mails impávidos e a pensar que mais posso inventar para fazer a roda mexer.
paro e reparo no ridículo. e só me apetece dizer-lhes que enfiem o maldito dinheiro no cu.
pergunto-me se respire, se faça o que me manda o mau feitio: deixá-los desorientar-se enquanto vou para a rua ler um livro ou acabar de pintar o meu quadro. que me telefonem quando se entenderem, que me digam que já não precisam de mim quando nunca cheguei a poder fazer o meu trabalho, ou que me digam que o faça então nas minhas condições.
... esta última é só para me rir um pouco.
não tenho paciência politizada, não gosto de jogos de anca, do jogo da corda. disse logo que os objectivos eram impraticáveis, perguntei - oh, inocente frontalidade - porque é que não deixam cair este projecto se não têm condições para entregar uma coisa de qualidade. porque sou competente para perceber o que é fazível ou não, raios me partam se não trabalho nisto há 7 anos e se as pessoas que se cruzaram comigo no plano prático não voltam sempre, com um "vai ser um prazer voltar a estúdio contigo". por isso não faço promessas que não consigo cumprir e prefiro dizer que não a dar falsas esperanças. defendo-me e àqueles que vão à luta comigo. é assim que trabalho.
pus as minhas limitações: ou me dão as condições mínimas de prazos e quantidade de material entregue ou não quero. disseram que sim, que diminuíam a "encomenda", para se poder entregar no prazo, que esse não se podia alterar. ponderei que começando impreterivelmente no dia x, seria fazível. aceitei. tratei do que me competia e fiquei à espera da chamada do "está tudo a postos, podem começar". já tenho os actores, os "meus" actores - os rápidos, que não falham, que têm talento. já tenho um plano de horários de estúdio, já vi toda a primeira temporada da série em vez de ir jantar fora, já pesquisei personagens e já queimei as pestanas com a distribuição de vozes - que são metade das que precisava. já me mentalizei que terei pelo menos 13 semanas a trabalhar um mínimo de 12 horas por dia, sem folgas ou fins de semana, que se calhar vou ter problemas se me convidarem para começar ensaios em Setembro. mas isso é problema meu. só preciso que me digam que têm as coisas para se começar a gravar. para eu começar a trabalhar.
eis que não chegam chamadas, ninguém tem previsões, não há prazos e até já me perguntaram "não dá para gravar com o vídeo do youtube"? aí percebi a insanidade do desespero.
chamem-me control freak, que sei que sou, mas quando não tenho controlo sobre o meu próprio trabalho, quando não me dão o material para trabalhar, quando o elo da cadeia se quebra mesmo antes de chegar às minhas mãos e me vejo rodeada de má gestão, eu entro em parafuso. fico para aqui feita barata tonta apesar de não poder fazer nada, a olhar para os dois telemóveis mudos, para os e-mails impávidos e a pensar que mais posso inventar para fazer a roda mexer.
paro e reparo no ridículo. e só me apetece dizer-lhes que enfiem o maldito dinheiro no cu.
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