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isso é...

quando o patrão nos liga a meio das férias a dizer que se lembrou que quer mandar duas curtas a concurso...
quando até vamos fazer o jeito de interromper as férias para dar uma mão e descobrimos que uma das curtas tem um argumento daqueles que mete medo ao susto...
quando o tal argumento tem tantos erros de português que se passa mais tempo a corrigi-los e a sentir vergonha alheia do que a escrever textos para o projecto...
quando o autor escreve "abajur", "fallow spot", "flashadas" e "vou prosseguir em procura da busca de..."
quando na dissertação técnica sobre o projecto, o senhor usa pontos de exclamação como se tivesse descoberto a pólvora...
quando não compreendemos o que passa na cabeça de um pseudo-realizador, pseudo-freak quando escreve diálogos em que se disserta sobre o amor das putas com uma psicóloga...
quando a protagonista do tal guião é "de formas generosas, lábios sensuais e misteriosa, com uma grande paixão pelo jogo da sedução" e o protagonista tem "rabo de cavalo escuro e usa luvas de pele escuras"...
quando a outra curta nem sequer está escrita...
quando as candidaturas abriram há um mês e não se falou nisso, e fecham daqui a 3 dias...
quando cada projecto tem de ir com mais 5 cópias, encadernadas, em papel, porque os senhores não devem ter computadores em casa...

Comentários

joana lee disse…
LoL. Imagino a coisa e fico cheia de arrepios. Coragem.

Gosto do blog...

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q.b. de q.i.

como é sabido, neste centro de escritórios funciona também uma das maiores agências de castings do país. há enchentes, vagas de gente daquela que nos consegue fazer sentir mais baixos e mais gordos do que o nosso próprio e sádico espelho. outras enchentes há de criancinhas imberbes que nos atropelam no corredor de folha com número na mão. as mães a gritarem hall fora "não te mexas que enrugas a roupinha" ou "deixa-me dar-te um jeitinho no cabelo ptui ptui já está"... e saem e entram e sentam-se e entreolham-se naquele ar altivo as meninas muito compridas e muito fininhas, do alto ainda mais alto dos seus tacões e com a mini-saia pendurada no osso da anca, que o meu patrão já diz "deixem passar dois anos que elas começam a vir nuas aos castings... pouco falta... têm é de vir de saltos altos... isso é que já não descolam dos pés!" bom, nesses dias aceder à casa de banho é um inferno. é que elas enfiam-se lá dentro nos seus exercícios de concentração preferid...

the producers

there comes a time in your life when you have to stand up straight and scream out loud so that everybody can hear: "Who the hell do I have to fuck to have a chance around here?!" The Producers | Mel Brooks | Drury Lane Theatre | Covent Garden quando ouvi isto, soltei a gargalhada amarga que me acompanha nas ironias da vida. agora já nem consigo rir. estou cansada. não dou o cuzinho e três tostões, mas dou o couro e três tostões. não conta, porra?

reviravoltas

[ms] mais uma para o currículo. descansa. estou cá, para te dar a mão. e um dia ainda nos vamos rir... os dois... entretanto, rimo-nos também, que não há mal que não desista à vista dos dentes desgarrados e das barrigadas de nós os dois. porque eu sei o que vales, quanto vales e como vales. e para cada ingrato, grato e meio. os destinos entrançam-se devagarinho. nada acontece por acaso. há quem consiga aguentar o nó na garganta de mão dada. sabes que quando se fecha uma porta... nem que tenha de rebentar uma janela à pancada... o céu troveja porque não sou só eu que estou revoltada... peito cheio, vem aí o vento... vamos apanhá-lo de velas içadas. vamos apanhar a chuvada de boca aberta ao céu... vou sair agora. vens?