"[...] A vida como uma moeda. Escolhes uma face ou uma face te há-de escolher. Avalia as possibilidades.
[...] O problema das montanhas é que só conseguimos ver o que está do outro lado quando lá chegamos. É fácil dizer hoje que não mudaríamos nada, ou que faríamos tudo diferente. É fácil porque não adianta".
A casa quieta, Rodigo Guedes de Carvalho
às vezes é complicado pensarmos em como só vemos a solução depois de já não haver problema. depois de já não se poder fazer nada. o meu maior problema. a minha maior luta. tentar fazer tudo para que as coisas não percam o controlo. não nos percam.
há muitos anos, a noite era de vigília silenciosa cansada ao teu quarto.
os fantasmas cirandavam e eu não queria que te perturbassem os sonhos de menina.
ficava de olhos abertos na escuridão até a escuridão me abraçar por desgaste. acredita, não aguentava mais do que o tempo que os olhos se mantinham alerta.
mas tinha a sensação de que nada te tocava. que te guardava.
hoje as portas do teu quarto ficam fechadas. não sei se para evitar os pesadelos ou se para os deixar só aí dentro.
se para ouvires melhor o espanta-espíritos da maçaneta, ou se para não ouvires nada. tremo.
e penso, enquanto te puxo o edredon para perto das orelhas, e miro essa cascata dourada na almofada, que voltaram os dias de vigília.
um peso aperta-me o peito. de novo.
desta vez não posso falhar.
[a porta] in o medo do escuro
[...] O problema das montanhas é que só conseguimos ver o que está do outro lado quando lá chegamos. É fácil dizer hoje que não mudaríamos nada, ou que faríamos tudo diferente. É fácil porque não adianta".
A casa quieta, Rodigo Guedes de Carvalho
às vezes é complicado pensarmos em como só vemos a solução depois de já não haver problema. depois de já não se poder fazer nada. o meu maior problema. a minha maior luta. tentar fazer tudo para que as coisas não percam o controlo. não nos percam.
há muitos anos, a noite era de vigília silenciosa cansada ao teu quarto.
os fantasmas cirandavam e eu não queria que te perturbassem os sonhos de menina.
ficava de olhos abertos na escuridão até a escuridão me abraçar por desgaste. acredita, não aguentava mais do que o tempo que os olhos se mantinham alerta.
mas tinha a sensação de que nada te tocava. que te guardava.
hoje as portas do teu quarto ficam fechadas. não sei se para evitar os pesadelos ou se para os deixar só aí dentro.
se para ouvires melhor o espanta-espíritos da maçaneta, ou se para não ouvires nada. tremo.
e penso, enquanto te puxo o edredon para perto das orelhas, e miro essa cascata dourada na almofada, que voltaram os dias de vigília.
um peso aperta-me o peito. de novo.
desta vez não posso falhar.
[a porta] in o medo do escuro
Comentários
São as piores situações da vida - as fifty/fifty.
Do escuro nunca tive medo, por isso continuo adiante, sempre à espera de ver a luz...
Um beijo
Daniel