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desertou rua abaixo absorvendo o turbilhão de gentes. a calçada deslizava-lhe nos ténis impactando-lhe o fim de dia nas raízes que ainda a ligavam ao chão. os perfumes e suores de fim de dia misturavam-se-lhe na língua e nos olhos. penetrou nas luzes e nas pessoas, abstendo-se de pensar. Chiado. pessoas, sacos, conversas. fumos, carros de faróis acesos, arrumadores e estrangeiros. as montras desfilavam-lhe nos olhos desatentos de pormenores. de súbito, para lá do seu reflexo envidraçado, da boneca rígida em pose e cores da moda, um pequeno ponto laranja forte de formas redondas. parou. tentou-se. pensou em Carrie de "O sexo e a cidade", pensou em correr rua abaixo para não fazer asneira. 36, ali mesmo, na prateleira, pronto a experimentar. mas nem sequer costuma usar sapatos de salto. o hálito quente da loja e o corropio abriram um labirinto até ao sofá onde se deixou ser vaidosa. demasiado perfeitos. e ficam tão giros com as meias às bolas...
Comentários
BOM GOSTO! adorei! lindos de morrer. (ah.. e a côr da parede tb ) ***
espanta: pois... pois era... burrice... poupava muita massa se não andasse de cabeça no ar LOL
colher: são lindos, são! amanhã logo vês... e a parede é mai linda também ;) mas pera lá, que é que tás a fazer no computador? já para a cama!
macaso: muito e muito obrigada... vocês são os maiores... a minha mãe disse "que horror" eheheh. vamos, claro. como queres fazer?
isso cheira-ne a sapatos da gardénia, verdade? cheios de personalidade e bem diferentes!
sim, são da gardénia, mas não era para dizer... foram o meu disparate do século ;)
são MESMO muita giros
;)