[foto . ms | artwork . polegar]
às vezes pergunto-me... como estará aquela janela.
que almas passarão por lá. será que afastam os lençóis brancos coçados ao clarear do dia, de passos pequenos para não acordar, na alcatifa... para ir espreitar sem acreditar - de novo - que aquela paisagem é deles?
e sairão para a pequena varandinha onde só cabem dois, para fumar o primeiro cigarro ainda de vapor do banho nos cabelos?
respirarão também inebriados o ar dos telhados? serão também eles gatos vadios a brincar à lua cheia?
e ao fim do dia, de pernas cansadas e peitos cheios, antes de se aconchegarem de novo nos lençóis macios e no chá, aproximar-se-ão e deixarão a cabeça no frio do vidro a saborear as suaves cacofonias das luzes da cidade?
às vezes pergunto-me... como estará aquela janela.
Comentários
à espera de novos olhares sobre a cidade.
à espera de novos beijos.
à espera de gente.
à espera de nós.
seja o dia cortina desviada, desalinhada e fresca,
que deixa sempre o sol espreitar.
seja o teu mundo tudo o que está pralém da janela,
que nunca chegue a limitar-sempelo quadril ou pelo parapeito,
que seja o teu dia tudo aquilo que vires e amares com o olhar...
(...)
Bjo
Rui
escreves tão bem... obrigada pela partilha com o lado de cá.
Beijos, querida.
Palavras lindas e imagem fabulosa.