passou além do olhar crítico e da vontade de ser absorvida numa história.
passou além do impressionante elenco e da impressão que faz ver a Eunice Muñoz com algumas paragens de memória, mas a retomar as palavras com a emoção toda lá, sempre...
passou além do Guilherme Filipe a transformar um papel pequenino numa grande interpretação.
passou além do boneco delicioso e ternurento que Thiago Justino conseguiu para o "seu" Morgan Freeman.
passou além da tentativa de assassinato de uma peça que tinha tudo [pelo menos a minha base fundamental: texto e actores] para ser bom, através de uma má encenação, má música e de técnicos amadores.
a certa altura Eunice leva a mão à testa e faz um esgar de dor. muita gente pensou que era da personagem, mas a mim fez-me confusão. na cena seguinte, um descontrolo de luz e um corte abrupto na música, bem como na cena. o público fica confuso. uns batem palmas a pensar que acabou. outros olham para as portas fechadas a pensar que é intervalo. outros aguardam pela continuação [assim como assim, os blackouts já eram tão grandes].
daí a um bom bocado abrem as portas como se fosse intervalo. mas o intervalo prolonga-se demasiado.
finalmente chamam à sala. e o encenador aparece.
"A Eunice teve uma subida de tensão bastante grave. Apesar de querermos cancelar, ela quer seguir com o espectáculo. Pedimos a vossa paciência por mais uns minutos e retomaremos então a peça."
quando a luz permite vê-la em cena, o público não resiste e rebenta em aplausos. eu penso "querem fazer-lhe subir a tensão outra vez... mas compreende-se".
sim, compreende-se. defeitos à parte, mais uma lição de vida, de respeito, de coragem.
e, apesar de tudo, puseram-me a aplaudir de pé, no final.
sim, quando for crescida, quero ser aquela força da natureza. aquela dádiva divina.
passou além do impressionante elenco e da impressão que faz ver a Eunice Muñoz com algumas paragens de memória, mas a retomar as palavras com a emoção toda lá, sempre...
passou além do Guilherme Filipe a transformar um papel pequenino numa grande interpretação.
passou além do boneco delicioso e ternurento que Thiago Justino conseguiu para o "seu" Morgan Freeman.
passou além da tentativa de assassinato de uma peça que tinha tudo [pelo menos a minha base fundamental: texto e actores] para ser bom, através de uma má encenação, má música e de técnicos amadores.
a certa altura Eunice leva a mão à testa e faz um esgar de dor. muita gente pensou que era da personagem, mas a mim fez-me confusão. na cena seguinte, um descontrolo de luz e um corte abrupto na música, bem como na cena. o público fica confuso. uns batem palmas a pensar que acabou. outros olham para as portas fechadas a pensar que é intervalo. outros aguardam pela continuação [assim como assim, os blackouts já eram tão grandes].
daí a um bom bocado abrem as portas como se fosse intervalo. mas o intervalo prolonga-se demasiado.
finalmente chamam à sala. e o encenador aparece.
"A Eunice teve uma subida de tensão bastante grave. Apesar de querermos cancelar, ela quer seguir com o espectáculo. Pedimos a vossa paciência por mais uns minutos e retomaremos então a peça."
quando a luz permite vê-la em cena, o público não resiste e rebenta em aplausos. eu penso "querem fazer-lhe subir a tensão outra vez... mas compreende-se".
sim, compreende-se. defeitos à parte, mais uma lição de vida, de respeito, de coragem.
e, apesar de tudo, puseram-me a aplaudir de pé, no final.
sim, quando for crescida, quero ser aquela força da natureza. aquela dádiva divina.
Comentários
Gostava de ter assistido, embora deva ter sido simultâneamente triste. Eu acho que iria ficar com vergonha, por ela, antes de vir o orgulho.