cinza de cinzeiro, cinza de chuva, cinza de grafite.
branco cego amarelado que seca os olhos embaçado de um respirar pesado que se cola. vozes ausentes de vidas paralelas, arrumam carros, assombram a janela, que, aberta, deixa passar na estrada e roer nos ouvidos os bichos de metal e as caras enfadadas. marasmo de azias, modorra que arranha o sentido dos passos, cerveja mole sem lábios de espuma.
há dias em que a cidade se pega aos pés e não os deixa andar. não deixa. regressar e ver-te estendida nas sete colinas fez-me chorar. às vezes não te vejo as cores dos prédios, vejo apenas paredes cinzentas a desabar-me no ânimo. a esborrachar-me a vontade no chão sujo. a esventrar-me num qualquer beco sem saída. por ora não me lambes as feridas. só me sugas, desencaixas-me, onde perdeste o meu relógio?
mas sei que algures me escondes o chão prometido. sei-te os cheiros do cimo do elevador, o livro do entardecer. sei-te o colorido debaixo do véu dos escapes, os ombros azuis da noite, dourados do dia, rosados da minha hora. sei-te as músicas nas ruelas que me sopram ao ouvido, sei-te os ritmos que me afogam o pensar, sei-te o sossego da lua no calcário e os segredos ventados do rio. sei-te as mãos dadas e os risos dos amigos.
chet baker. electricidade estática nos dedos. chuva de canela no lençol.
"no meio do caos, há apenas uma constante".
branco cego amarelado que seca os olhos embaçado de um respirar pesado que se cola. vozes ausentes de vidas paralelas, arrumam carros, assombram a janela, que, aberta, deixa passar na estrada e roer nos ouvidos os bichos de metal e as caras enfadadas. marasmo de azias, modorra que arranha o sentido dos passos, cerveja mole sem lábios de espuma.
há dias em que a cidade se pega aos pés e não os deixa andar. não deixa. regressar e ver-te estendida nas sete colinas fez-me chorar. às vezes não te vejo as cores dos prédios, vejo apenas paredes cinzentas a desabar-me no ânimo. a esborrachar-me a vontade no chão sujo. a esventrar-me num qualquer beco sem saída. por ora não me lambes as feridas. só me sugas, desencaixas-me, onde perdeste o meu relógio?
mas sei que algures me escondes o chão prometido. sei-te os cheiros do cimo do elevador, o livro do entardecer. sei-te o colorido debaixo do véu dos escapes, os ombros azuis da noite, dourados do dia, rosados da minha hora. sei-te as músicas nas ruelas que me sopram ao ouvido, sei-te os ritmos que me afogam o pensar, sei-te o sossego da lua no calcário e os segredos ventados do rio. sei-te as mãos dadas e os risos dos amigos.
chet baker. electricidade estática nos dedos. chuva de canela no lençol.
"no meio do caos, há apenas uma constante".
Comentários
estes dias cinzentos atordoam-nos a memória, e provocam uma lágrima pronta a rolar em simultâneo com a cadência da chuva.
massssssssssssssssssssssssssssssss estes dias cinzentos vão durar pouco, muito pouco, o sol vai surgir em força, rápido rápido!
kiss kiss
bjs
Já eu dizia: "Ninguém me disse que a vida era fácil, mas podiam ter avisado que era tão dificil!!"
E ás vezes (muitas, demasiadas para meu gosto!) é mesmo assim, mas pensa em todas as coisas boas que tens, e tens muitas! Agarra-te a elas, daí retiras as forças que te ajudam a alterar o que não está bem!
Eu sei, é fácil falar, mas é o principio...
Beijos Gordos com um Abraço muito apertadiiiiiiinho!
B.
Força. Beijinho. Estou aqui.
Alucinante desconforto existencialista em metamorfose cosmopolita.
O arrepio justifica-se-me, sem duvida.