daqueles que os mapas não marcam, nem as linhas da mão têm a certeza de apontar. não há estrela polar neste céu agreste de luzes falsas que orientam aleatoriamente as suas caudas de cometas.
divago.
a minha ausência reverte a favor de um regresso. temido. muito mais temido do que poderia esperar. de momento ainda se tacteiam estratégias para contar uma história tão antiga e [re]contada com escadotes. sim, escadotes. eu tenho medo das alturas, tenho medo quando não estou em contacto com o chão. tenho vertigens. tenho pouca força de braços. tudo num mundo de testosterona onde sou o único elemento feminino. um metro e meio e uns trocos desajeitado no meio de gaijos...
ah, mas para carregar sacos de roupa e caixotes ainda sou da produção. e na produção, curiosamente só trabalham mulheres [no sentido de bulir a sério, não é recostar o rabo à cadeira o dia todo]. tenho, sempre, de regressar à base e tratar das papeladas, das reservas, dos telefonemas e não me esquecer que esta quase-estreia é só um fogo fátuo. ainda muita coisa há a fazer para a temida prova de fogo do [pretende-se] grande espectáculo que há-de sair em Janeiro... o tal das madeiras. bom...
como está a correr? colegas bem dispostos, cooperantes, excepto um que ainda não decorou o texto e não percebe que todos temos desculpas para não termos o trabalho de casa feito. mas há-de desenrascar-se.
laivos de genialidade de um homem que normalmente só diz disparates. estou a falar do encenador. um homem que precisa de uma grande dose de "risa" para ter embalo para encenar. um homem tão divertido como inconsistente. tão criança como irritante. tão alegre como mimalha.
estramos dentro de poucos dias, já com imensas reservas feitas. as marcações ainda estão frágeis - de mais a mais equilibradas em escadotes...
nota: não há palco, há claustros. não há música, é à capela e com coreografias de fazer chorar a Floribela. não há camarim, há "mudanças de roupa coreografadas". bah.
ah... o meu pânico de cantar? pois que à força do medo de me baldar dos malditos coisos de alumínio, já canto sem tremer a voz...
qu se lixe a minha mania de "o cantar é para quem tem um dom": já sei que, se algum dia me chamarem para fazer um musical, o truque é porem-me numa situação de equilíbrio precário e queda desastrosa eminente...
Comentários
MERDA (para a tua mania do "não sei cantar") e
PARTE UMA PERNA (mas que não seja de caires dos escadotes, porque se não tens cuidado e me chegas a casa magoada levas-me duas palmadas e não vês a floriblharga de castigo).
agora fora d brincadeira:
diverte-te e aproveita, tu mereces. muito mais.
"não há palco, há claustros..." _ fiquei curioso...
gostava de ver isso.....
[percebo o teu "cansaço", a sensação de "exploração", sobrecarga de trabalho... :( enfim...]
fica bem
intruso: o espectáculo é num monumento nacional. ao mais puro estilo do teatro de rua, para ficarmos com pneumonias, pisadelas e distensões musculares ;) é no horário laboral, porque é para escolas, mas se quiseres/puderes ir assistir dá-me uma apitadela para o mail. e sim, o cansaço é extremo e começa a ser difícil de aguentar, especialmente sem sequer um fim de semana... oh well, é a vidinha.
Muita merda, tudo há-de correr bem...
Que te vayas bien.
Toda gente canta - veja-se o "canta comigo" - e encanta, tudo depende... até aposto que cantas melhor que muitos que há por aí :)
O teu trabalho é imenso, já deu para perceber, mas sinto que gostas dele, nomeadamente quando vais embora... brinco :)
Um beijo
Daniel
Beijocas
q a altura dos escadotes, as notas musicais e as gargalhadas dos putos te façam por lá permanercer muito mais tempo. com outros risos, outras histórias... ;)
merda!
u can do it! e vais fazer-nos muito orgulhosos de ti!
tens q dizer qual a peça e onde para lá estarmos a torcer por ti.
até lá mta m........ e mta força! big kiss!
Bom, mas eu venho aqui para saudar e desejar altíssimos auspícios à carreira deste espectáculo. Há que fazer coisas fora do âmbito patético e alienante do que nos é impingido pelas televisões. Alguma coisa com originalidade já vale só por isso. Qualquer dia é subversiva. Hoje privilegia-se a imitação, a normalização mais básica. O vazio. Haja ilhas no meio de tudo isto. Força e muita merda.