uma manhã, cheia de nervos de segundo dia para dois actores. dia normal para os outros, sem descréditos nem diferenças. maquilhagem, roupas, frio e cigarros. o rádio só apanha a RCP e isso são risos e playbacks acrescidos.
na torre, no camarim, recebo um telefonema esbaforido da assistente de produção: um dos alunos que vem hoje está numa cadeira de rodas e os professores não tinham avisado. e agora, e agora? faltam 10 minutos para começar. o espectáculo decorre nos claustros superiores, não há elevadores. ainda penso depressa: vamos passar o cenário e charriot com roupa para o claustro de baixo. ainda me surpreendem os outros: sem queixas, sem resmunguices, todos acorrem, todos trabalham, todos carregam. telefonema para as altas entidades que de sentadas à secretária são demasiado burocráticas e não suportam ondas: temos de agir depressa, temos de ter autorização para ocupar os claustros do piso térreo. primeiro um não que gela o sangue, depois o sim. para dar tempo para alguns se vestirem, pede-se a um dos actores que já lá estava do ano passado para fazer uma pequena visita guiada. ele, que detesta fazer visitas guiadas, só perguntou de que falava: fala da fonte, das marcas na parede. coisa rápida só para as transições.
a adrenalina não deu tempo para considerações. só depois. todos, os lentos, os implicantes. os que no ano passado só arranjavam problemas, e os novos, que vieram este ano e não sabem que chão pisam. todos agiram sem pensar, sem umbilicalismos. eu ainda soluciono. ainda mobilizo. e no teatro, em alguns sítios recônditos, ainda há espírito de equipa. deo gratias.
na torre, no camarim, recebo um telefonema esbaforido da assistente de produção: um dos alunos que vem hoje está numa cadeira de rodas e os professores não tinham avisado. e agora, e agora? faltam 10 minutos para começar. o espectáculo decorre nos claustros superiores, não há elevadores. ainda penso depressa: vamos passar o cenário e charriot com roupa para o claustro de baixo. ainda me surpreendem os outros: sem queixas, sem resmunguices, todos acorrem, todos trabalham, todos carregam. telefonema para as altas entidades que de sentadas à secretária são demasiado burocráticas e não suportam ondas: temos de agir depressa, temos de ter autorização para ocupar os claustros do piso térreo. primeiro um não que gela o sangue, depois o sim. para dar tempo para alguns se vestirem, pede-se a um dos actores que já lá estava do ano passado para fazer uma pequena visita guiada. ele, que detesta fazer visitas guiadas, só perguntou de que falava: fala da fonte, das marcas na parede. coisa rápida só para as transições.
a adrenalina não deu tempo para considerações. só depois. todos, os lentos, os implicantes. os que no ano passado só arranjavam problemas, e os novos, que vieram este ano e não sabem que chão pisam. todos agiram sem pensar, sem umbilicalismos. eu ainda soluciono. ainda mobilizo. e no teatro, em alguns sítios recônditos, ainda há espírito de equipa. deo gratias.
Comentários
eu acredito que estás a passar por isso agora porque estás a preparar-te para o teu "salto"... pensa nisto como um workshop de sangue frio... vais precisar dele muitas vezes, quando estiveres uns degraus acima de tudo isto...*
wicahpi: acho que isto são provas de esforço para manter a memória quente e o espírito alerta... não vá chegar uma confusão séria e eu estar a dormir na forma ;) a ver vamos, se os degraus aparecem para eu subir...
MPR: mas só em parte, hem? :P
e ver os "consagrados" a trabalhar não é bom exemplo.
mas quem quer saber de "vedetas" quando o importante é contar a história?
haja mentes alerta e dedicadas como a tua que a coisa se faz.
a boa vontade dos outros vai por arrasto.
no fim o que ficou foram sorrisos e a satisfação de tarefa cumprida.
há melhor que isso?
(mas nada me convence q a culpa é tua e do espanta )