caro Virgílio:
venho apenas, deste cantinho obscuro cá muito em baixo, ter o desplante de lhe dar um conselho:
pegue no maravilhoso monólogo de Pirandello, na sua total entrega apaixonada a um personagem que tornou coeso, divertido, triste e fascinante do princípio ao fim, e fuja.
fuja da encenação tristemente pretensiosa [a "arte" forçada, o medo do simples], do ciclorama de projecções mal amanhadas e que são apenas barulho de fundo, da música incongruente que abafa a sua voz e inutiliza qualquer presença de um violoncelo em palco - pancadinhas esporádicas não contam -, do desenho de luz notoriamente improvisado e que o põe a correr desnecessariamente entre pontos tão díspares, que lhe apaga qualquer expressão com sombras e lhe corta a dinâmica com luzes que não acendem a tempo. fuja de roupas e adereços que pouca ou nenhuma falta fazem na história que nos conta. e fuja da incompetência de um teatro impessoal abandonado há demasiado tempo pelas pessoas que faziam dele um teatro.
fuja para uma sala pequena, intimista, traduza o texto para português de Portugal, e faça este monólogo para pequenas plateias que lhe leiam o rosto como merece, durante muitos e longos meses.
mas isto sou eu...
atenciosamente
Polegar
venho apenas, deste cantinho obscuro cá muito em baixo, ter o desplante de lhe dar um conselho:
pegue no maravilhoso monólogo de Pirandello, na sua total entrega apaixonada a um personagem que tornou coeso, divertido, triste e fascinante do princípio ao fim, e fuja.
fuja da encenação tristemente pretensiosa [a "arte" forçada, o medo do simples], do ciclorama de projecções mal amanhadas e que são apenas barulho de fundo, da música incongruente que abafa a sua voz e inutiliza qualquer presença de um violoncelo em palco - pancadinhas esporádicas não contam -, do desenho de luz notoriamente improvisado e que o põe a correr desnecessariamente entre pontos tão díspares, que lhe apaga qualquer expressão com sombras e lhe corta a dinâmica com luzes que não acendem a tempo. fuja de roupas e adereços que pouca ou nenhuma falta fazem na história que nos conta. e fuja da incompetência de um teatro impessoal abandonado há demasiado tempo pelas pessoas que faziam dele um teatro.
fuja para uma sala pequena, intimista, traduza o texto para português de Portugal, e faça este monólogo para pequenas plateias que lhe leiam o rosto como merece, durante muitos e longos meses.
mas isto sou eu...
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Comentários
Uma fracassada que não deu certo da vida.
Só lamento.
esquecidos na vida ficarão sempre os anónimos.
decadentes são os que têm dificuldades em utilizar acentuação ou expressões idiomáticas. e especialmente aqueles que não conseguem exercer a sua liberdade de, em não satisfeitos, mudarem de leituras, em vez de parar para tentar ofender quem não conhecem.
http://aeiou.visao.pt/ricardo-araujo-pereira=s23462
já cá faltavam Gervásios, hem?
Triste. Que ainda existam pessoas que pensem ter o direito de invadir o espaço do outro. Só porque sim.
Que isso da razão não existe: existe a razão de cada um. Importa que sejamos livres de a sentir e expressar, no nosso próprio blog, sem sermos aferroados.
Por isso, caro leitor, vá lá para o seu espaço privado, e aferroe o seu próprio traseiro, se isso de alguma forma lhe der satisfação. Deixe os comuns mortais continuarem a exercer o seu direito de livre expressão e democracia em espaço próprio.