Avançar para o conteúdo principal

dumb blonde

há que visualizar:
uma paixão que perdura até hoje, vinda de séculos antigos. um príncipe e uma quase princesa.
e como são as princesas? lindas, magras, compridas, de dedos finos e elegantes, cinturas finas ainda mais elegantes, olhos enormes, de preferência azuis, cabelos longos, ondulados, esvoaçantes, brilhantes... e loiros.

raios as partam, às loiras.

e porque é que no texto fazem tanta menção ao estupor dos cabelos loiros??? "esses teus cabelos d'ouro"... e não se pode alterar texto, que o Toni rebolava na tumba...

eu e a minha colega vamos partilhar o papel de protagonista. (bem, quer dizer, na prática, faço uma cena, ela três).
ambas somos baixinhas e muito morenas. eu sou mais estreita e tábua de engomar. ela é voluptuosa e tem um belo par de... amigas.

são maravilhosas as metamorfoses do teatro, mas há limites... é que uma pessoa tem vida própria e vai ter de andar na rua!...ora visualizemos a transformação... cabeça amarela, de pele baça e morena... lindo. só me faltam as argolas e falar pelo nariz... usar pestanas falsas, maquilhagem em excesso de cores que não combinam, ter pêlo no peito, maçã de adão e chamar-me "Marilu, a fabulosa"

quando era miúda, queria ter caracóis loiros e olhos azuis. saiu-me o cabelo liso, quase preto, e os olhos "maltesers". em miúda ainda andava com papelotes que a minha mãe (cheia de paciência) me punha. mais umas bodegas de uns líquidos para aclarar o cabelo. e conseguiram o que queriam: cheguei à conclusão óbvia. não é uma questão de poder, é uma questão de ridículo.

agora morde a língua e prepara-te, menina, que se já gostavas tanto de ir ao cabeleireiro como ao ginecologista, na próxima segunda feira vais bater recordes!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

q.b. de q.i.

como é sabido, neste centro de escritórios funciona também uma das maiores agências de castings do país. há enchentes, vagas de gente daquela que nos consegue fazer sentir mais baixos e mais gordos do que o nosso próprio e sádico espelho. outras enchentes há de criancinhas imberbes que nos atropelam no corredor de folha com número na mão. as mães a gritarem hall fora "não te mexas que enrugas a roupinha" ou "deixa-me dar-te um jeitinho no cabelo ptui ptui já está"... e saem e entram e sentam-se e entreolham-se naquele ar altivo as meninas muito compridas e muito fininhas, do alto ainda mais alto dos seus tacões e com a mini-saia pendurada no osso da anca, que o meu patrão já diz "deixem passar dois anos que elas começam a vir nuas aos castings... pouco falta... têm é de vir de saltos altos... isso é que já não descolam dos pés!" bom, nesses dias aceder à casa de banho é um inferno. é que elas enfiam-se lá dentro nos seus exercícios de concentração preferid...

the producers

there comes a time in your life when you have to stand up straight and scream out loud so that everybody can hear: "Who the hell do I have to fuck to have a chance around here?!" The Producers | Mel Brooks | Drury Lane Theatre | Covent Garden quando ouvi isto, soltei a gargalhada amarga que me acompanha nas ironias da vida. agora já nem consigo rir. estou cansada. não dou o cuzinho e três tostões, mas dou o couro e três tostões. não conta, porra?

reviravoltas

[ms] mais uma para o currículo. descansa. estou cá, para te dar a mão. e um dia ainda nos vamos rir... os dois... entretanto, rimo-nos também, que não há mal que não desista à vista dos dentes desgarrados e das barrigadas de nós os dois. porque eu sei o que vales, quanto vales e como vales. e para cada ingrato, grato e meio. os destinos entrançam-se devagarinho. nada acontece por acaso. há quem consiga aguentar o nó na garganta de mão dada. sabes que quando se fecha uma porta... nem que tenha de rebentar uma janela à pancada... o céu troveja porque não sou só eu que estou revoltada... peito cheio, vem aí o vento... vamos apanhá-lo de velas içadas. vamos apanhar a chuvada de boca aberta ao céu... vou sair agora. vens?