cortesia de espanta-espíritos
é preto, piquenito, arredondado, tem bochechinhas [diz que sim], orelhas grandes [como em retrovisores], olhos amendoados, e cara [pois está claro que tem cara] de sorriso maroto e atrevido. lá dentro é só negrume misterioso e laranja bem disposto à minha volta, em bolinhas [sim, bolinhas] estilizadas com números de lettering catita. ah, dizem ainda [e eu concordo] que tem muita pinta, ali entre o desportivo e o cosmopolita, o chique e o descontraído, o elegante e o intelectual... trendy, portanto. diz que é charmoso, diz que sim, e diz que me assenta que nem uma luva... ora está bem...
rosna quando se mete a primeira mas depois é suave e desliza, ainda cheira a parafina queimada, não tem cinzeiro, o porta-bagagens é basicamente um envelope [isso não estranhei, que o Jippy era a mesma coisa... uma questão de tetris!], tem um acelerador ansioso por prego a fundo e é baixinho [eu, ex-dominatrix do todo-o-terreno e agora tenho de ter medo dos passeios! bah]...
foi a sensação estranha de que, agora sim, não voltaria a conduzir o Jippy. porque eu tenho a mania de acreditar numa grande reviravolta até levar em cima com as provas todas provadas e testadas em laboratório do ponto sem retorno. só me apercebi disso, realmente, no momento em que dava o meu autógrafo ao senhor do stand, em pilhas de papéis e seus duplicados que me endividarão para o resto da minha vida.
e foi isso que lhe expliquei, ao carrito: que sou um bocado doida da cabeça, que me apego às coisas e que ia demorar a habituar-me a esta nova relação, que tinha de me dar um tempinho para me ajustar, mas que já lhe achava muita piada e que queria mesmo dar-me bem com ele por muitos e longos anos, como foi com o Jippy. de preferência sem cortes abruptos nem prazo de validade. fui avisando o popó para não se espantar se desatasse a largar o mais profundo português suburbano que tenho dentro de mim no trânsito [que eu até sou um doce de pessoa], que muito provavelmente iria rir à maluca, chorar feita maria madalena e cantar em plenos pulmões com ele sem qualquer pudor... só para ele não levar de chofre com uma das minhas reacções um destes dias.
pois que já lhe estreei os ouvidos, entre o stand e as dobragens, apesar de os nervos ao princípio me tirarem a voz. ao fim de um bocado, dei comigo em coro com Joy Division e "love will tear us apart", logo a seguir dei-lhe com o "come into my heart" do David Fonseca. no regresso das dobragens, foi o "here comes your man" dos Pixies, que adaptei para "here comes you car". testei o leitor de cds com a prenda de aniversário de um amigo, Jack Johnson e "better together"... as nossas primeiras músicas, aqui registadas para a posteridade...
fui buscá-lo ontem, tinha apenas 6 Km... hoje já passa dos 100 porque deu-me para ir, depois das dobragens, lá para as 11 da noite, mostrá-lo aos papás...
o meu pai ria-se que nem um perdido e dizia lá do alto do seu Jipão "é tão pequenino, que engraçado". a minha mãe, que não liga a carros, dizia que é lindo e a minha irmã basicamente enfiou-se lá dentro... está estreado também numa das suas funções mais importantes que é encher de gente em boleias de manhã... ai que saudades que tinha disso...
por enquanto, e apesar da total paranóia em conduzir desde o acidente, só servirá para situações pontuais em que não possa mesmo usar transportes públicos. mas já me está a dar o nervoso miudinho de me fazer à estrada com os bancos rebatidos cheios de mochilas e pacotes de bolachas e garrafas de água em direcção a algum destino assinalado no mapa ou sem qualquer destino definido... afinal, a liberdade do asfalto cola-se à pele...
There is no combination of words I could put on the back of a postcard
And no song that I could sing but I can try for your heart
And our dreams and they are made out of real things
Like a shoebox of photographs with sepia-toned loving
Love is the answer at least for most of the questions in my heart
Like why are we here? And where do we go? And how come it’s so hard?
It’s not always easy and sometimes life can be deceiving
I’ll tell you one thing, it’s always better when we’re together
It’s always better when we’re together
We’ll look at the stars when we’re together
It’s always better when we’re together
It’s always better when we’re together
And all of these moments just might find their way into my dreams tonight
But I know that they’ll be gone when the morning light sings
Or brings new things for tomorrow night you see
That they’ll be gone too, too many things I have to do
But if all of these dreams might find their way into my day to day scene
I’d be under the impression I was somewhere in between
With only two, just me and you, not so many things we got to do
Or places we got to be we’ll sit beneath the mango tree now
It’s always better when we’re together
We’re somewhere in between together
Well it’s always better when we’re together
It’s always better when we’re together
I believe in memories they look so pretty when I sleep
And when I wake up you look so pretty sleeping next to me
But there is not enough time
And there is no song I could sing
And there is no combination of words I could say
But I will still tell you one thing
We’re better together
better together | Jack Johnson | in between dreams
Comentários
muita merda para o novo companheiro.
:)
na 5f vou de autoCHarro, promeeeeeeeeto!
mas olha, just for the record:
a formiguinha dá-vos cá um charme... tssss sim sr! :D
Fico mesmo muito contente por ti amiga, e pela descrição tem tudo a ver contigo!
Como sabes também eu já tenho rodas novas! Quer dizer...são novas nas minhas mãos que de novo só tem as jantes (que lhe dão imenso charme!!) Mas anda, tem volante e desde domingo mais 250 kms que também já fez várias viagens de demonstração!
Temos de nos encontrar nem que seja numa qualquer estação de serviço do país!
Beijos Grandes, B.