Avançar para o conteúdo principal

ao fim do dia

come um bolo de arroz em belém.
descobre novas formas em dias repetidos.
agradece a ovação de pé
que te surpreende em despedida.
desprende o suor
a terra dos cavaleiros
em toalhitas com cheiro
de pó de talco.
pó-de-palco.
perfila-te com o sol,
deixa-o lamber-te as feridas.
sobe a rua em versos cantados.
fecha as listas como persianas.
conta em decrescente, ouve a música bem alta.
enrola a saliva seca de um dia de cigarros
em dois beijos bem dados.
passa as portas, que reflectem o mundo
para o lado de lá.
do lado de cá, tu. e a casa adormecida.
que acordas com ventos cansados.
onde serenas. e te aninhas.
suspiro.
café?

Comentários

Anónimo disse…
café? yes please! bom descanso em paragens mais frescas e intensas, jokas
Anónimo disse…
SILÊNCIO

Se o silêncio explicasse
Poderia dize-lo com um grito
De uma nota apenas
Sujeita a uma nuvem de penas
Um pulo de gato, esquisito.

Uma ramagem que abana ao vento
Movido com uma nota do pensamento
Se o silêncio explicasse
Que nos dias soturnos arrebito
Como uma folha solta, pendendo

Que a verdura do prado esmorece
Que o sol se põe, tal como a vida
Nada que já não pensasse
Ou não estive à espera dela?
Se o silêncio explicasse.
Anónimo disse…
- café, não obrigado! - senta-se enquanto olha para ela a dirigir-se à cozinha - queres...
Anónimo disse…
pinky: obrigada... mais frescas in deed ;)

admirador: insisto: porque não criares um blog?

elisa: pois! ;)

espanta: sim, quero...

Mensagens populares deste blogue

q.b. de q.i.

como é sabido, neste centro de escritórios funciona também uma das maiores agências de castings do país. há enchentes, vagas de gente daquela que nos consegue fazer sentir mais baixos e mais gordos do que o nosso próprio e sádico espelho. outras enchentes há de criancinhas imberbes que nos atropelam no corredor de folha com número na mão. as mães a gritarem hall fora "não te mexas que enrugas a roupinha" ou "deixa-me dar-te um jeitinho no cabelo ptui ptui já está"... e saem e entram e sentam-se e entreolham-se naquele ar altivo as meninas muito compridas e muito fininhas, do alto ainda mais alto dos seus tacões e com a mini-saia pendurada no osso da anca, que o meu patrão já diz "deixem passar dois anos que elas começam a vir nuas aos castings... pouco falta... têm é de vir de saltos altos... isso é que já não descolam dos pés!" bom, nesses dias aceder à casa de banho é um inferno. é que elas enfiam-se lá dentro nos seus exercícios de concentração preferid...

the producers

there comes a time in your life when you have to stand up straight and scream out loud so that everybody can hear: "Who the hell do I have to fuck to have a chance around here?!" The Producers | Mel Brooks | Drury Lane Theatre | Covent Garden quando ouvi isto, soltei a gargalhada amarga que me acompanha nas ironias da vida. agora já nem consigo rir. estou cansada. não dou o cuzinho e três tostões, mas dou o couro e três tostões. não conta, porra?

reviravoltas

[ms] mais uma para o currículo. descansa. estou cá, para te dar a mão. e um dia ainda nos vamos rir... os dois... entretanto, rimo-nos também, que não há mal que não desista à vista dos dentes desgarrados e das barrigadas de nós os dois. porque eu sei o que vales, quanto vales e como vales. e para cada ingrato, grato e meio. os destinos entrançam-se devagarinho. nada acontece por acaso. há quem consiga aguentar o nó na garganta de mão dada. sabes que quando se fecha uma porta... nem que tenha de rebentar uma janela à pancada... o céu troveja porque não sou só eu que estou revoltada... peito cheio, vem aí o vento... vamos apanhá-lo de velas içadas. vamos apanhar a chuvada de boca aberta ao céu... vou sair agora. vens?