Avançar para o conteúdo principal

FDS Prolongado...

Esta 6ª feira, toda a gente à minha volta planeava o belo do fim-de-semana prolongado.
"E tu, que vais fazer?". Eram as perguntas animadas de quem às vezes não se apercebe de realidades paralelas bem menos agitadas.
Viagens, malas feitas, pressa para sair do escritório, telefonemas, vêm-me buscar, não sei onde é o encontro.
Hot dates, ou viagens em grupo ou simplesmente uma data de encontros com amigos para actualizar o álcool no sangue.
Reponho o sono, apesar de saber que 3ª feira já volta tudo ao mesmo. Acordo, aqueço o almoço. Vejo séries na cabo. Fumo. Janto fruta. Vejo um filme que já tinha visto no cinema. Conversa de circunstância com os pais, afinal a vida é bela nesta redoma que inventaram e onde nos querem manter à viva força. Vou à net, mas até mesmo os habituais 700 mails de colegas foram de férias. Não há contacto com o exterior. Fumo. Acabo um livro que me emprestaram. Era muito bom, obrigada.
Adormeço.
Acordo com ainda mais dores musculares. Mudou a hora. Merda, mais uma hora para ocupar. Tomo um banho sem grandes pressas, a ver se o corpo me dá folga. Cozido à Portuguesa. Nunca gostei, mas pronto. Venham os enchidos. Com um bocadinho de vinho tinto, que esse sabe sempre bem. Café. Troca-se uma molha pela cafeína barulhenta da pastelaria. Saco dos cigarros, não há muito mais que fazer às mãos. Vejo séries na cabo (Obrigada SIC). Venho ao mail, não está ninguém. Tenho de ligar a uma amiga para pôr a conversa em dia mas nem isso me apetece.
E ainda é só Domingo.

Tinha feito uma resolução de agora aproveitar o glamour da minha vida nova, da minha solidão. Ia montar a minha casinha... Já não dá (não há namorado, não há pai-lhaços). Saídas aos fins-de-semana com os amigos? Estão tão habituados a que eu não possa sair que já nem me telefonam. Actualizar o cinema? Não gosto de andar sozinha. E tenho de poupar para... sei lá o quê. Talvez seja desta que pegue nas malas e vá viver para bem longe. Mas tenho de comprar as prendas de Natal e aniversário (que esta família decidiu nascer toda ao mesmo tempo).
Oh, merda, tenho mesmo de arranjar uma vida...

Comentários

Mensagens populares deste blogue

q.b. de q.i.

como é sabido, neste centro de escritórios funciona também uma das maiores agências de castings do país. há enchentes, vagas de gente daquela que nos consegue fazer sentir mais baixos e mais gordos do que o nosso próprio e sádico espelho. outras enchentes há de criancinhas imberbes que nos atropelam no corredor de folha com número na mão. as mães a gritarem hall fora "não te mexas que enrugas a roupinha" ou "deixa-me dar-te um jeitinho no cabelo ptui ptui já está"... e saem e entram e sentam-se e entreolham-se naquele ar altivo as meninas muito compridas e muito fininhas, do alto ainda mais alto dos seus tacões e com a mini-saia pendurada no osso da anca, que o meu patrão já diz "deixem passar dois anos que elas começam a vir nuas aos castings... pouco falta... têm é de vir de saltos altos... isso é que já não descolam dos pés!" bom, nesses dias aceder à casa de banho é um inferno. é que elas enfiam-se lá dentro nos seus exercícios de concentração preferid...

the producers

there comes a time in your life when you have to stand up straight and scream out loud so that everybody can hear: "Who the hell do I have to fuck to have a chance around here?!" The Producers | Mel Brooks | Drury Lane Theatre | Covent Garden quando ouvi isto, soltei a gargalhada amarga que me acompanha nas ironias da vida. agora já nem consigo rir. estou cansada. não dou o cuzinho e três tostões, mas dou o couro e três tostões. não conta, porra?

reviravoltas

[ms] mais uma para o currículo. descansa. estou cá, para te dar a mão. e um dia ainda nos vamos rir... os dois... entretanto, rimo-nos também, que não há mal que não desista à vista dos dentes desgarrados e das barrigadas de nós os dois. porque eu sei o que vales, quanto vales e como vales. e para cada ingrato, grato e meio. os destinos entrançam-se devagarinho. nada acontece por acaso. há quem consiga aguentar o nó na garganta de mão dada. sabes que quando se fecha uma porta... nem que tenha de rebentar uma janela à pancada... o céu troveja porque não sou só eu que estou revoltada... peito cheio, vem aí o vento... vamos apanhá-lo de velas içadas. vamos apanhar a chuvada de boca aberta ao céu... vou sair agora. vens?