Hoje acordei, e, como tive a sorte de não ter de ir trabalhar de manhã (sou tão competente), acendi a televisão. Grande erro... Lá estava, em 3 dos 4 canais (porque eu aqui não tenho cabo) a bela da procissão das velas. E naquele único que não estava a passar esse directo, era um desses fabulosos programas da manhã... SOBRE Fátima.
Ok, sou agnóstica mas respeito a religião de cada um. Agora o que me parece é que a televisão não está nessa onda...
Quer dizer... TODOS os canais pegaram nessa linda temática que é o dia em que o sol dançou no céu.
Está claro... Somos um país católico. 'Tá bem, eu percebo isso.
Mas já foram passear pelo Martim Moniz?
Uma mistura inacreditável de pessoas, raças, cores, roupagens e cheiros... Acima de tudo... uma mistura fantástica de religiões.
Devem estar a pensar: esta gaja não regula... Então o Martim Moniz... Esse antro de pobreza e assaltos.
Pois. É verdade. Mas pode olhar-se com outros olhos. E sentir o cheiro a caril e a temperos e a ervas e legumes estranhos ao nosso paladar. E ver o cigano a tentar meter a tralha toda num carro pequenino, desesperadamente a tentar encaixar a filha de 4 ou 5 anos no meio da bagagem. E os chineses de ombros recolhidos, tímidos, mas de sorriso tão rasgado como os seus olhos. E entrar nas lojas onde vendem pedras mágicas, ginseng e roupagens que nos parecem saídas de uma festa de máscaras. E descobrir nas traseiras do Rossio e da Praça da Figueira aquela zona onde dezenas de negros passam o dia, de pele brilhante e sorriso franco, com os seus fatos tradicionais, e conversam, riem, fumam cachimbo. Sentados em frente a cavaletes e folhas em branco onde desenharão o rosto de um qualquer transeunte que por ali passe; ou em frente a enormes sacos com conteúdos variados, comidas estranhas...
Eu também acho que nem tudo é perfeito. Existem demasiadas pessoas e pouco mercado de trabalho, pouco dinheiro, e nem todas as pessoas são boas pessoas... Mas este texto não é sobre isso.
Portugal é um país de muita gente. Gente muito diferente. É, portanto, um país de muitas religiões. E, parecendo estranho, naquela pequena amostra de que falo (porque é meramente uma amostra, há pessoas de povos diferentes por todo o lado neste país), o Martim Moniz, a vidinha corre bem, harmoniosamente combinando Indianos, Chineses, Africanos, Portugueses e Turistas de todos os lados. Eu sei, eu passo por lá todos os dias.
Gostava que a nossa televisão se apercebesse disso.
Gostava que o povo (tanto imigrante como o local) se apercebesse disso.
Também gostava que de manhã passasse UM programa de jeito, mas pronto...
Ok, sou agnóstica mas respeito a religião de cada um. Agora o que me parece é que a televisão não está nessa onda...
Quer dizer... TODOS os canais pegaram nessa linda temática que é o dia em que o sol dançou no céu.
Está claro... Somos um país católico. 'Tá bem, eu percebo isso.
Mas já foram passear pelo Martim Moniz?
Uma mistura inacreditável de pessoas, raças, cores, roupagens e cheiros... Acima de tudo... uma mistura fantástica de religiões.
Devem estar a pensar: esta gaja não regula... Então o Martim Moniz... Esse antro de pobreza e assaltos.
Pois. É verdade. Mas pode olhar-se com outros olhos. E sentir o cheiro a caril e a temperos e a ervas e legumes estranhos ao nosso paladar. E ver o cigano a tentar meter a tralha toda num carro pequenino, desesperadamente a tentar encaixar a filha de 4 ou 5 anos no meio da bagagem. E os chineses de ombros recolhidos, tímidos, mas de sorriso tão rasgado como os seus olhos. E entrar nas lojas onde vendem pedras mágicas, ginseng e roupagens que nos parecem saídas de uma festa de máscaras. E descobrir nas traseiras do Rossio e da Praça da Figueira aquela zona onde dezenas de negros passam o dia, de pele brilhante e sorriso franco, com os seus fatos tradicionais, e conversam, riem, fumam cachimbo. Sentados em frente a cavaletes e folhas em branco onde desenharão o rosto de um qualquer transeunte que por ali passe; ou em frente a enormes sacos com conteúdos variados, comidas estranhas...
Eu também acho que nem tudo é perfeito. Existem demasiadas pessoas e pouco mercado de trabalho, pouco dinheiro, e nem todas as pessoas são boas pessoas... Mas este texto não é sobre isso.
Portugal é um país de muita gente. Gente muito diferente. É, portanto, um país de muitas religiões. E, parecendo estranho, naquela pequena amostra de que falo (porque é meramente uma amostra, há pessoas de povos diferentes por todo o lado neste país), o Martim Moniz, a vidinha corre bem, harmoniosamente combinando Indianos, Chineses, Africanos, Portugueses e Turistas de todos os lados. Eu sei, eu passo por lá todos os dias.
Gostava que a nossa televisão se apercebesse disso.
Gostava que o povo (tanto imigrante como o local) se apercebesse disso.
Também gostava que de manhã passasse UM programa de jeito, mas pronto...
Comentários
fundamentalismo cristão.
umbigocracia das televisões.
ditadura das audiências.
felizmente há pessoas que não pensam assim.
havemos de ser mais companheira... :)