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noite dentro, o cansaço acumulado quebra a elasticidade da voz, única e preciosa ferramenta de trabalho, já debilitada com uma súbita constipação. tem de se gravar 3 programas... e não vale a pena estrebuchar, que é para entregar de manhã. então cá vamos, no mundo das cores, tentado dar ao bonequito a alegria que sai sabe-se lá de que confim adormecido do corpo. dói a garganta. pausas cada vez maiores para beber água e descansar. uns golos de xarope (que tem etanol, vamos lá ver se isto não sai demasiado entaramelado), umas pastilhas que já me salvaram da afonia mais vezes.
é um trabalho a dois. o técnico é o melhor amigo, e se lhe facilitar a vida, ele facilita-a a mim. portanto, tratamos de brincar bastante. só assim se suportam as horas abafadas do estúdio.
fazem-se considerações acerca da sexualidade de um mocho. da estranha tara de uma das personagens de lacinho na cabeça por homens feitos.
fazem-se trocadilhos com expressões inocentes, que tomam outros contornos no meio da palhaçada e, às vezes, acabam alteradas na gravação por via das dúvidas.
soltam-se imprecações à incapacidade das tradutoras de escreverem de forma coloquial, o que acrescenta mais trabalho à nossa cabeça esgotada.
tenta-se ter a certeza de que não escapou um suspiro, um gemido, um ah de espanto... e rogamos pragas às miúdas, que gemem tanto, parece uma porno-chachada...
agora a Teresa, depois a avó, depois a princesa, ontem foi a formiga...
para o fim fica o episódio em que se fala de Portugal... a série é espanhola... só podia haver molho... então no reino de Camões a princesa Amália, que nunca sorriu, vai ser conquistada pelo José Pessoa e a sua gaita... [de foles mágica!] extremamente didático...
bem, venha o próximo. mas hoje não, que já são quase 2 da manhã e a garganta não dá mais.
Comentários
Mas pela foto não foram as dores que te tiraram o sorriso LINDO! Ainda bem!
Bom trabalho, Força!
Beijo, B.