Este foi um desafio que veio daqui, de um texto que começou aqui... e espero que continue por toda a blogoesfera... não lanço o desafio a ninguém em específico. é de quem o apanhar. o primeiro blogger que nos comments manifestar interesse, que pegue no texto. eu vou continuar a segui-lo por aí...
Maribel era uma rapariga de 30 anos, casada, mas infeliz. O seu sonho era fugir a cavalo da Bobadela, transportada pelo seu príncipe encantado. Mas eles não apareciam; nem o cavalo, nem o príncipe.O seu marido Adalberto era uma pessoa fria, de mãos rudes, que não a compreendia. Afinal, toda ela era uma pessoa muito complexa, que exigia um grau mínimo de atenção e carinho. Mas longas eram as noites em que Maribel ia de robe, à janela, olhar a lua e amaldiçoar o homem com quem tinha casado.Certo dia, no hipermercado, foi de encontro a um belo jovem...
..., de ombros largos e porte helénico, que Maribel já tinha visto na construção da nova torre em frente à sua janela. Era o António José, que já ousara comentários que a coravam. Maribel, que amava a vida, sentia a solidão como uma faca espetada na alma. Era uma mulher que aquecia até à febre da paixão, e o termómetro eram os seus vizinhos, que exasperavam com os suspiros nocturnos de Maribel.Mas a vida é uma só, e ela queria agarrá-la com as duas mãos, com toda a força que nem sabia existir dentro de si. António José, que estava agora à sua frente, pagava cervejas para dividir com os colegas de trabalho. Havia alturas em que Maribel se queria atirar da janela para um amor viril, mas, ali, na fila do hipermercado, bastava-lhe esticar a mão. E foi assim que viu o anel que lhe apertava o dedo, a aliança de uma vida, e se lembrou do dia em que deu o sim...
... de véu transparente, recebia a aliança com as estrelas nos olhos de quem encara o futuro cheia de esperança. num amor fresco e sem cálculos a não ser os da profissão de Adalberto, contabilista. que atraente lhe era Adalberto. magro, alto, de mãos masculinas, porte circunspecto, responsável. um homem às direitas, o Adalberto. tudo o que uma “mulherzinha” devia desejar. e ela desejara. mas depois da desilusão da noite de núpcias, vieram outras noites de núpcias desiludidas. mãos caladas, que não a sentiam. não sentiam a mulher, não a faziam sentir mulher. beijos envergonhados, sempre envergonhados. quarto fechado às escuras, sons abafados, palavras encolhidas. olhos ausentes. conversas sem interior. sorrisos escassos. diminuíam com o passar dos anos, porque a vida “está difícil lá na empresa”. porque os seus impulsos e risos de menina já não eram deslumbrantes, aliás, “ó rapariga, não podes ser sempre tão infantil, acalma-te”. é mesmo assim. tem de se crescer.
- Ó menina, quer-me bater? Ou por no bolso e levar para casa? Estou em promoção!
Aquele sorriso...
Maribel era uma rapariga de 30 anos, casada, mas infeliz. O seu sonho era fugir a cavalo da Bobadela, transportada pelo seu príncipe encantado. Mas eles não apareciam; nem o cavalo, nem o príncipe.O seu marido Adalberto era uma pessoa fria, de mãos rudes, que não a compreendia. Afinal, toda ela era uma pessoa muito complexa, que exigia um grau mínimo de atenção e carinho. Mas longas eram as noites em que Maribel ia de robe, à janela, olhar a lua e amaldiçoar o homem com quem tinha casado.Certo dia, no hipermercado, foi de encontro a um belo jovem...
..., de ombros largos e porte helénico, que Maribel já tinha visto na construção da nova torre em frente à sua janela. Era o António José, que já ousara comentários que a coravam. Maribel, que amava a vida, sentia a solidão como uma faca espetada na alma. Era uma mulher que aquecia até à febre da paixão, e o termómetro eram os seus vizinhos, que exasperavam com os suspiros nocturnos de Maribel.Mas a vida é uma só, e ela queria agarrá-la com as duas mãos, com toda a força que nem sabia existir dentro de si. António José, que estava agora à sua frente, pagava cervejas para dividir com os colegas de trabalho. Havia alturas em que Maribel se queria atirar da janela para um amor viril, mas, ali, na fila do hipermercado, bastava-lhe esticar a mão. E foi assim que viu o anel que lhe apertava o dedo, a aliança de uma vida, e se lembrou do dia em que deu o sim...
... de véu transparente, recebia a aliança com as estrelas nos olhos de quem encara o futuro cheia de esperança. num amor fresco e sem cálculos a não ser os da profissão de Adalberto, contabilista. que atraente lhe era Adalberto. magro, alto, de mãos masculinas, porte circunspecto, responsável. um homem às direitas, o Adalberto. tudo o que uma “mulherzinha” devia desejar. e ela desejara. mas depois da desilusão da noite de núpcias, vieram outras noites de núpcias desiludidas. mãos caladas, que não a sentiam. não sentiam a mulher, não a faziam sentir mulher. beijos envergonhados, sempre envergonhados. quarto fechado às escuras, sons abafados, palavras encolhidas. olhos ausentes. conversas sem interior. sorrisos escassos. diminuíam com o passar dos anos, porque a vida “está difícil lá na empresa”. porque os seus impulsos e risos de menina já não eram deslumbrantes, aliás, “ó rapariga, não podes ser sempre tão infantil, acalma-te”. é mesmo assim. tem de se crescer.
- Ó menina, quer-me bater? Ou por no bolso e levar para casa? Estou em promoção!
Aquele sorriso...
Comentários