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Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2009

torre de marfim

a mulher cresce entre as insensatezes da vida. há chão que queria pisar. há forças que fogem da mão. o hesitante equilíbrio entre correr e ficar parado. o simples parece-lhe demasiado complicado, nada corre como nos filmes. ri-se e o amargo outra vez. retoma-se no espelho, de gestos certos mesmo que falhados e tira o dia do rosto. investiga-se para lá da moldura dos olhos e não sabe o que encontra. há vestidos pendurados na memória do querer, num quarto paralelo, entre os frascos de creme para a solidão. vêem-se nitidamente naquele lago de açúcar queimado. não são gavetas nem imagens confinadas, são espaços imensos de luz, janelas abertas e portas escancaradas, de vento contente rodopiado pelos passos de quem nunca está só. e quase ouve o tilintar de copos na sala. já vago e gasto, o som, de tanto o pensar. recua. está demasiado longe. já não se esforça tanto, sabe. já não pede ajuda, ironiza. convive consigo e basta-lhe que não lhe baste sem chorar. está crescida, seca, a menina. de v

da pausa

depois de meses de vozes, alheada do mundo, impôs-se uma pausa. enquanto esperava, fugi. sete dias na paz do Alentejo. amor, azul e fotossíntese. já vi pessoas, assim muito de quando em vez, mas já fui vendo as minhas caras. e continuo à espera que o trabalho resolva arrancar. pode ser que quando lhes der a vontade, eu já não esteja disponível. pode acontecer. porque hoje recebi uma mensagem: ensaios já quinta-feira. enquanto sim e enquanto não, fica aqui a promessa: tenho de voltar a escrever aqui. tem de ser. sinto-lhe a falta, apesar de não ter muito para contar...