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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2008

[d]a ficção

no fim do espectáculo, ainda vestindo a personagem, vou passear para o foyer e falar com os miúdos que por ali andam. uma menina de uns 5 anos aborda-me. diz que gostou muito de mim, fui a preferida dela porque também me chamo "Ana". e puxa-me de lado, em estilo de confidência: - olha lá, Aninha, aquela bruxa não era a sério... - [abro muito os olhos, com o meu ar mais espantado] a Doença? não era a sério?! claro que era! eu fiquei mesmo doente há bocado, senti-me muito mal! só me safei porque comi as verduras! - [em tom condescendente, de mão na anca, a revirar os olhos] ó Aninha! isto é teatro , é uma peça... as bruxas eram a fingir, não te podiam fazer mesmo mal!

peticionando

esta era-me impossível não divulgar. vá lá, dêem um pulinho aqui e assinem... mais uma vez, as condições de vida dos chatos dos artistas e do recibamento verde : por exemplo, somos obrigados a pagar um mínimo de 150 euros/mês de segurança social, independentemente de nesse mês [e há muitos] só termos feito um trabalho de 50. e depois não temos direito a subsídios de desemprego, de gravidez ou baixa... os contratos de trabalho não são contratos: basicamente são contratos de prestação de serviços e não nos protegem ou dão quaisquer regalias típicas dos contratos. e o Senhor Estado resolveu que, numa nova lei, ia usar o termo "intermitentes", inteligentemente utilizado e regulamentado em França, mas para manter o nosso estatuto basicamente na mesma, senão pior. tenham a bondade de nos auxiliar...

t.p.c.

constantinopolitano, quando te desconstantinopolitanizarás? eu me desconstantinopolitanizarei quando todos os constantinopolitanos forem desconstantinopolitanizados.

fado

são dez da noite e a calçada ainda cheira a chuva. arabescos de fumo confundem-se com o céu nublado e esperamos ouvir os saltos da Lu chapinhar nas poças. depois de um abanar contente do guarda-chuva, entramos. é tão discreto, secreto, lento o ar ali dentro. nada se mexe para não fazer barulho. até as bolhinhas da cerveja dançam devagarinho. ao fundo, depois das cabeças, o preto. o negrume das mãos postas na tensão da nota, ou será da palavra. não importa. são as mãos, as mãos e os riscos dos olhos que saltam, que vibram, que escorrem nas paredes, para dentro do colarinho e arrepiam devagar a pele desidratada de música. nos intervalos há conversas, há risos roubados ao silêncio, que recua com uma certa benevolência. são jovens, todos, deixá-los. depois voltam, com as guitarras, com os xailes e o preto, às suas outras personagens. observo. as notas, as cadências e as mudanças de volume. escuto. os corpos parece que inchados, direitos, o queixo ao alto à procura. e as outras mãos, os out

serviço [que pode irritar algum] público

que podia ter o título alternativo "só lá vai quem quer" neste blog , encontra-se a tentativa de ir listando os locais [restaurantes, cafés, bares, etc] onde fumar continua a ser um direito, sem trazer inconvenientes de maior para os não fumadores. pode contribuir-se via mail ou comentário. também encontrei este site , sobre bares. espero sinceramente que a ASAE não o leia, porque senão lá segue a perseguição. perdão, a inspecção que pretende ser totalmente aleatória e que por acaso só tem ido a estabelecimentos com dísticos azuis. repito: "só lá vai quem quer"...

teste

este post será para apagar... o que se passa é que consigo fazer tudo menos ver o meu blog... será que fui fechada pela ASAE? :|

imperfeições

o pequeno pedaço de tinta lascada na parede conta que foi lata a lata que as pintámos todas. o relevo das frutas nos azulejos da cozinha contam que já foi tudo bege-desespero e agora é verde-alface. a ponta de papel de parede levantado fala da festa que foi esconder os azulejos da entrada, e do ataque-relâmpago da nossa gata. e o sofá, que era branco e que agora não vive sem uma manta, invoca das noites quando nem cama havia. o vestido de festa no armário conta que só tu é que me convences a comprar roupa sem ocasião, só porque me achas bonita. a mancha de café no colchão sorri e diz que somos gente de pequeno-almoço almoçarado na cama. os riscos na máquina fotográfica são prova dos teus inúmeros trabalhos. as molduras de madeira por pintar são o rol das fotos e dos cartazes, das viagens e sorrisos. a queimadura na mão traz-me aos olhos quem esteve comigo no meu dia de anos. o quadro por pendurar lembra-me que me devolveste coragem para voltar a pintar. a cama por fazer avisa que ficám

taxicidade

"Um táxi. Cinco motoristas. Cinco dias úteis. Inúmeras histórias escritas nos estofos gastos de um velho Mercedes. O passo lento do taxímetro leva ao destino personagens que se revelam durante o percurso da viagem e das suas vidas". o Damon , um blogger que me acompanha quase desde o nascimento deste cantinho, sempre me surpreendeu com textos de ficção lindíssimos. nas poucas vezes que nos vimos [ele é do Porto], sempre veio à baila um sonho, um projecto, mas que lhe parecia muito longínquo. cá para mim ele tem talento para dar e vender, força e, acima de tudo, merece. mas pronto. ele achava que não. sinto-me, portanto, muito honrada em anunciar que saiu para as estantes das livrarias o seu bebé, o livro Taxicidade, escrito em parceria com outros 4 jovens. além de ter um tema que apetece e a garantia do contributo criativo deste meu amigo, tem ainda uma capa lindíssima [que as capas são logo um chamariz para a gula literária]. no próximo sábado, os autores descem à mouraria

há coisas fantásticas, não há

sexta feira foi um ponto de viragem nesta pequena família suburbana. resolvemos que o orçamento familiar aguentava mais um compromisso a longo prazo: tv cabo e internet normal. o nosso sonho de há muito tempo: mandar o leeento e limitaaado modem zapp à vida, e despedirmo-nos sem pompa nem circunstância das noites de tvshop e aqueles concursos de telefonemas com as mamalhudas de cérebros monocelulares. pesquisámos muito, porque o orçamento é curto. eu queria alinhar nos pacotes da Clix: mais baratos, mais velocidade de internet, tráfego ilimitado, conjunto de canais compostinho em que depois se pode escolher mais uns quantos, tipo pizza. mas a Clix não tem as Foxes todas. e um amigo [ainda não decidi se convicto ou com acções na TvCabo] aconselhou-nos a optar pela TvCabo/NetCabo. porque diz que os outros não podem garantir isto e o outro, cabo de fibra óptica e mais uma catrefada de coisas. e tem as Foxes todas. pronto, siga. começou, então, a aventura a caminho da civilização. mal se c

publicidade meio institucional

o meu amigo MPR vai, em breve, levar a cena um espectáculo. finalmente, com texto e tudo. enquanto me delicio com os seus ataques, e o ouço vezes sem conta falar das cenas, das dificuldades, das roupas, dos nervos, enfim, de todo um novo mundo que se lhe apresenta, sou também assediada para fazer divulgação da sua peça. só porque é para ti, abro uma excepção e falo dela antes de a ver... ;) GODOT NOS INFERNOS Pelo grupo de Teatro Hipócritas Texto, adaptação e encenação de Alexandre Borges, baseado em "Huis Col" de Jean-Paul Sartre e "À espera de Godot" de Samuel Beckett. Com Ana Chambel, Filipa Pais de Sousa, Manuel Barbosa, Miguel Pires Ramos, Selma Totta, Sara Totta, Sheila Totta, Sofia Ribeiro e Ricardo Lérias. Instituto Franco-Portugais - Av. Luís Bívar, 91, Lisboa 11 de Janeiro a 10 de Fevereiro Sextas e Sábados às 21:30h [dia 18 não há espectáculo] Domingos às 17h [apenas dias 20 de Janeiro e 10 de Fevereiro] Preço: 6,50 euros [com desconto de Pin Cultura, ma

vendida

a partir de hoje, confesso a minha total rendição e rogo pragas à padeira de Aljubarrota: o único sítio que [a meu ver] realmente cumpriu [pôde cumprir] a legislação e tem os simpáticos locais ventilados para fumadores dentro da sua área comercial [sentados, com direito a bicas, e não à chuva] é o el corte inglês. olé!

a lei da chucha

antes de mais, bom ano novo. ou bom dia 1 de um novo mês, para os menos místicos. agora é proibido fumar... basicamente... em todos os espaços públicos. fiquei por casa, a descansar no quente e a ver as reportagens que por aí andam sobre as reacções à lei. factos: nos estabelecimentos com menos de 100 m2 os donos têm de optar se tornam o local "verde" ou, vá, cinzento. se optarem pelo verde, tudo bem. se optarem pelo cinzento, têm de pôr extractores de fumo. apesar de a lei já estar bem definida há muito tempo, ainda não estão estabelecidas as características que devem ter os tais extractores. e são caros. e se não estiverem de acordo com o que ainda não foi estipulado, pode dar em multas na mesma. se tiverem mais de 100 m2, podem criar espaços de fumadores, mas, lá está, têm de meter os tais extractores que ninguém sabe como são. os não fumadores estão contentes e já vão assumindo aquele comportamentozinho pedante de quem se sente uma entidade superior. os fumadores conforma