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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2009

vida de artista

quando preencho a minha declaração de IRS, toda eu sou suores frios e tremores. há um ritual: duas pessoas lado a lado com máquinas calculadoras, somar todos os valores duas vezes para ter a certeza ao cêntimo, cinzeiro a abarrotar de beatas, não saber onde encaixar os rendimentos desta coisa estranha que é ser artista, ler em voz alta a "ajuda" e ficar com a sensação de que afinal somos analfabetos. depois fica aquele aperto na barriga, um misto de fraqueza e descarga de adrenalina e de "será que foi este ano que cometi a argolada mestra e me vêm bater à porta para me empalar e penhorar os meus dedinhos em praça pública...?" queria ser rica, só para não ter problemas com isto dos impostos...

da construção de uma personagem

há dias na vida de uma "dobradeira" em que aparecem personagens e situações fora do normal. não me refiro a cães ou monstros. refiro-me a isto: a profissional da voz pára, inspira e questiona-se profundamente. ao que soa uma amêijoa em pânico? como será a personalidade da a mosca paranasal 1, e ainda como será essa personalidade por contraponto à mosca paranasal 2?

um mano de cama

o serviço nacional de saúde tem destas coisas e só agora, uns... errr... dois anos depois da primeira crise é que o homem ficou com os olhos amarelos o suficiente para chamar a atenção dos médicos. agora já só operando, mas antes só esperando que a infecção estabilize. antes disso, a médica tinha de ir almoçar à uma e meia, por isso mandou-o para casa esperar por uma consulta no posto. agora já está de scrubs azul cuequinha, dieta zero no soro, droga legal e as manhãs da Fátima. [ai as dores, dona Fátima] já lhe levei o bloquinho e a caneta e convenci-o a ir-nos actualizado das suas aventuras com a vesícula numa cama nos Capuchos via sms... fico eu meio desorientada, com uma direcção de actores que só estava a resultar a quatro mãos. é que eu só tenho o dom da estalada e ele o dom de repetir o que já se disse mil vezes de uma forma nova e convincente... ai, que é dos Coen sem um? hã, mano Coen?!

valor

há algo de reconfortante no cheiro daquele mofo, naquela subida claustrofóbica torre acima, nas dores das escadas que nunca acabam, no arrastar das palavras em cuecas, na dança das partículas com arabescos de fumo. são os "já tinha saudades disto" na boca de todos, não só de um ou dois. depois de tão-só duas semanas de ausência. depois de seis meses todos juntos. sem [a]pesares.

a cadela fala e a dona canta

vá de nova série de animação, com estreia na RTP. vá. agora vá de ter de cantar... vá. chama-se terapia de choque ao bloqueio mental. de auscultadores nos ouvidos, a ouvir-me a mim e à voz guia, a ler uma métrica duvidosa e vai de suores frios. mas vai de fazer. olaré se foi. a ver se começa agora a minha carreira musical eheheheh

como seria de esperar

com as pressas e as atrapalhações e os gritos com o blogger, acabei por apagar as minhas listas de links. peço a todos os que estavam linkados e que tenham interesse em manter-se aqui na lista do lado mas que a minha memória abandonou, que me dêem uma grande reprimenda aí na caixa dos comentários... bah... [isto é... se é que alguém ainda lê esta coisa...]

limpeza facial

quis fazer uma limpeza facial ao polegadas. claro que, como não nasci para sopeira, isto não me está a correr de feição... portanto, apesar de o template ser do mais básico que há e já ter feito isto noutro blog , desta vez não estou a conseguir pôr a barra de imagem no topo do blog, nem o texto justificado como pré-definição, enfim... andarei de volta de html, tanto quanto o tempo me permite. entretanto vai ficando como está, liso, azul-céu e antracite. a ver é se recomeço a escrever mais frequentemente, caramba. se calhar é por isso que não me deixa inserir a imagem, está chateado comigo pela falta de atenção...

o sangue novo

ontem viajámos no tempo. devagarinho, primeiro de passos envergonhados. os olhos são os mesmos, terão apenas outras histórias para contar. os gestos e os abraços pareciam não ter conhecido mais um segundo. parecia que tínhamos parado no tempo, ou recuado mas no bom sentido. a ida e a volta e as pedras que nos reúnem sem podermos pisá-las outra vez. foi estranha, a sensação. mas familiar, quente e desenvolta. de pantufas, pode dizer-se. no chão empedrado mas de pantufas. com os fantasmas colados às costas. estávamos assim, como sempre e há tanto tempo que não. isso não devia ser possível nestas dinâmicas de grupo. pergunto-me como teria sido se tivesses deixado este sangue novo correr-te nas veias, nos corredores, sem medo de nós, percebendo que caminhávamos todos no mesmo sentido e com o mesmo respeito. com diferenças mas o amor intacto. onde te queríamos incluído. pergunto-me se pensarás nisso, lá longe disto tudo mas com essa aura pegajosa que deixaste que nos afastasse. que te menti