Avançar para o conteúdo principal

Metro

O rapazito estava sentado à minha frente, de frente para o vagão atrás de nós.
De repente vejo-o levantar os olhos e sorrir timidamente.
"Está-se a rir de mim... ok... o boné azul turquesa chama a atenção..."
Não. Daí a pouco os olhos brilharam-lhe. Acenou.
Voltou a fixar o olhar no chão, mas de vez em quando levantava-o, hesitante.
E sorria. E brilhava.
"Levanta-te. Sai na próxima estação e muda de carruagem. Vai... Força... Mostra que queres, ela vai perceber..."
Mas ele ficou.
E quando saí, ele lá estava... A torcer os dedos, de olhar baixo, as estrelas a caírem no chão sujo.




Comentários

Mensagens populares deste blogue

wc cheap&chic makeover

ora passámos disto para isto quem diz que uns pés-descalços do subúrbio não podem ter um Roy Lichtenstein na banheira? com direito a um armário exclusivo para viagens sensoriais ao passado, recheado de pequenas antiguidades da higiene e cosmética por nós coleccionadas através de incursões a drogarias de bairro. trabalho feito por uma equipa de dois, em 8 dias, por um terço do preço que custaria mandar fazer por "profissionais". há por aí alguém que precise dos nossos serviços de consultoria? fazemos orçamentos grátes e vamos a casa...

the producers

there comes a time in your life when you have to stand up straight and scream out loud so that everybody can hear: "Who the hell do I have to fuck to have a chance around here?!" The Producers | Mel Brooks | Drury Lane Theatre | Covent Garden quando ouvi isto, soltei a gargalhada amarga que me acompanha nas ironias da vida. agora já nem consigo rir. estou cansada. não dou o cuzinho e três tostões, mas dou o couro e três tostões. não conta, porra?

reviravoltas

[ms] mais uma para o currículo. descansa. estou cá, para te dar a mão. e um dia ainda nos vamos rir... os dois... entretanto, rimo-nos também, que não há mal que não desista à vista dos dentes desgarrados e das barrigadas de nós os dois. porque eu sei o que vales, quanto vales e como vales. e para cada ingrato, grato e meio. os destinos entrançam-se devagarinho. nada acontece por acaso. há quem consiga aguentar o nó na garganta de mão dada. sabes que quando se fecha uma porta... nem que tenha de rebentar uma janela à pancada... o céu troveja porque não sou só eu que estou revoltada... peito cheio, vem aí o vento... vamos apanhá-lo de velas içadas. vamos apanhar a chuvada de boca aberta ao céu... vou sair agora. vens?