Avançar para o conteúdo principal

coisas que me danam

esclareça-se: o teatro e a dança são artes vivas [como em "ao vivo"]. contando histórias ou não-histórias, vivem|existem da|na comunicação a outrem-em-massa [chamemos-lhe público]. devem ser, no final de contas, um serviço público não obrigatório e não são totalmente auto-suficientes.
esclareça-se ainda mais: uma grande percentagem das companhias mais badaladas não põe um "ovinho" cá fora [entenda-se por ovinho, espectáculo] sem "choco" valente [leia-se por choco, subsídio].
esclareça-se que os subsídios vêm dos nossos impostos e são distribuídos de acordo com certos e determinados critérios de avaliação em concursos públicos [e não nos alonguemos por aqui, para eu não ficar com urticárias].
esclareça-se ainda que a maior parte das salas de espectáculos de Lisboa [convencionais] são pertença de empresas semi-públicas, públicas, ou das próprias companhias. a programação é efectuada com base em critérios de avaliação que... vamos encurtar - nos ultrapassam a todos mas conhecemos de cor. basicamente relembremos que uma companhia pequena|desconhecida não encontra espaço que não seja no vão de escada de alguma associação recreativa, ou numa sala "convencional" ali entre as 7 e as 8 da manhã de um 29 de Fevereiro. 
esclareça-se que um espectáculo demora meses exaustivos a ser criado, ensaiado, montado, afinado. que o dinheiro de um subsídio desaparece efectivamente - entre cenários e equipamento e divulgação e ordenados [de todos ou só de alguns] -, e que portanto deveria ser do interesse de todos que o espectáculo estivesse pelo menos um mês em cena [para deixar surgir o efeito da divulgação "boca-a-boca" - para vir então o público isento, começar a fazer algum na bilheteira e, obviamente saber o veredicto final: isto interessa ou não às pessoas?].

relembremos antes de avançar que o teatro e a dança devem ser serviço público - é para isso que lhes pagam. e as salas deveriam estar ao serviço do público - é para isso que lhes pagam.

alguém me explica então a nova moda dos espectáculos [das "grandes" companhias - subsidiadas] que estão em cena [nas tais salas grandes, boas, equipadas, sem pulgas e cheias de salamaleques] 3 dias-e-é-se-queres? 

Comentários

casual disse…
concordo em tudo, há que criar lobbies.:)

E tu, onde te podemos ver a fazer a tua magia?
Ana disse…
da-lheeeee!!!!!! :D :D :D

Mensagens populares deste blogue

sabes quando te revisitas e já não te encontras? não sabes o que fazer de ti contigo. as perdas têm sido valentes, as estocadas mais fundas. pensei que por agora a pele estivesse mais grossa, mas não. pensei que estivesse de pés assentes, mas há força nas pernas. perdi o meu pai. perdi o meu chão. espero por uma fase boa. em que esteja tudo bem, organizado. nem que venha depois outra ventania, mas um pedaço de vida em que tudo esteja no seu lugar. só por um bocadinho. mas não. as peças estão espalhadas, quando começo a arrumar umas, caem ao chão as do outro canto da vida. um empilhar de pratos num tabuleiro demasiado cheio, que não se tem oportunidade de ir despejar à cozinha. até as metáforas me saem avariadas, já. tabuleiros de cozinha é o que me sobra. isto são metáforas, certo? é um padrão, o padrão caótico da minha vida, que tento desenhar em palavras que já não tenho. quero despejar-me aqui mas não sei bem como. os medos continuam, sabias? estão piores, diria, porque...

the producers

there comes a time in your life when you have to stand up straight and scream out loud so that everybody can hear: "Who the hell do I have to fuck to have a chance around here?!" The Producers | Mel Brooks | Drury Lane Theatre | Covent Garden quando ouvi isto, soltei a gargalhada amarga que me acompanha nas ironias da vida. agora já nem consigo rir. estou cansada. não dou o cuzinho e três tostões, mas dou o couro e três tostões. não conta, porra?

reviravoltas

[ms] mais uma para o currículo. descansa. estou cá, para te dar a mão. e um dia ainda nos vamos rir... os dois... entretanto, rimo-nos também, que não há mal que não desista à vista dos dentes desgarrados e das barrigadas de nós os dois. porque eu sei o que vales, quanto vales e como vales. e para cada ingrato, grato e meio. os destinos entrançam-se devagarinho. nada acontece por acaso. há quem consiga aguentar o nó na garganta de mão dada. sabes que quando se fecha uma porta... nem que tenha de rebentar uma janela à pancada... o céu troveja porque não sou só eu que estou revoltada... peito cheio, vem aí o vento... vamos apanhá-lo de velas içadas. vamos apanhar a chuvada de boca aberta ao céu... vou sair agora. vens?