dá aqui, leva do outro lado, o que importa é não parar, não pares, senão perdemos o jogo e por isso agora toma lá mais porrada, tens de ir para cima, para a esquerda, não, não é essa esquerda é a outra, oh mas será que não percebes nada do que te digo, foda-se? e sim agora quero que deslizes devagar, mais devagar, porque tenho de te dar a traulitada na altura certa, és uma bolinha tão fixe, tás mesmo a jeito vá lá vá lá vá vá tá quase e... toma! agora vai lá, desvia-te da luz e entra lá ao fundo, naquele túnel. não, não percebes o bónus é se fores para ali, merda. mas que coisa, é preciso dar-te mais porrada para fazeres o que eu quero? plim plim plim, sim senhora, agora sim, desvia-te... mais... para... ali! toma, vá caraças, que merda, anda lá com isso, tenho mais que fazer que ficar à espera que acumules os pontos... parece que nunca sabes qual é o teu lugar. vá, mais uma, para ali, tás quase, pimba! eheheh rebola aí que eu gosto. espera, não! calma, se te der um safanão agora... oh. perdi o jogo. a culpa é tua.
sabes quando te revisitas e já não te encontras? não sabes o que fazer de ti contigo. as perdas têm sido valentes, as estocadas mais fundas. pensei que por agora a pele estivesse mais grossa, mas não. pensei que estivesse de pés assentes, mas há força nas pernas. perdi o meu pai. perdi o meu chão. espero por uma fase boa. em que esteja tudo bem, organizado. nem que venha depois outra ventania, mas um pedaço de vida em que tudo esteja no seu lugar. só por um bocadinho. mas não. as peças estão espalhadas, quando começo a arrumar umas, caem ao chão as do outro canto da vida. um empilhar de pratos num tabuleiro demasiado cheio, que não se tem oportunidade de ir despejar à cozinha. até as metáforas me saem avariadas, já. tabuleiros de cozinha é o que me sobra. isto são metáforas, certo? é um padrão, o padrão caótico da minha vida, que tento desenhar em palavras que já não tenho. quero despejar-me aqui mas não sei bem como. os medos continuam, sabias? estão piores, diria, porque...
Comentários
beijinhos:)
Querer ser os dedos e não a bola...
Um beijo
Daniel