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Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2007

blog em suspensão temporária

[musiqueta de natal em bom[b] pelo meu Donaldim preferido, Achmed, the dead terrorist] porque: é Natal e as prendas são todas feitas à mão [grande agradecimento à Air pela dica da cola quente: elevou a velocidade do nosso trabalho a um patamar nunca antes conseguido] como as prendas são feitas à mão, a roupa está por lavar, a loiça por arrumar, o lixo por levar para a rua, o chão por aspirar. só parei de trabalhar ontem [dia 23], depois de várias maratonas durante semanas a fio, e tive jantar de natal da peça. hoje tenho prendas para terminar e só vou começar a dormir mais de 5 horas por noite amanhã. estou a aproveitar os últimos momentos de liberdade de fumar neste país para poluir o mais possível, enquanto não vedam aos fumadores o acesso aos cafés e esplanadas. os meus tios chegam de Espanha e quero aproveitar ao máximo esta visita-relâmpago. por isso, ficam os desejos costumeiros da época: aconchego, mimo, as pessoas que realmente interessam, e paz... pás pás. ;)

por uma fatia de pão-de-ló

eu e a Câmara Lenta conhecemo-nos há muitos anos. desde um projecto de leitura dramatizada na escola que ganhou tais dimensões que teve de subir para um palco. com lata para reposição e tudo. tempos de reuniões de 20 pessoas, em que todos fazíamos tudo, planeando minuciosamente os desastres à volta de uma mesa com pão-de-ló da avó desta mesma "pequenita". já na altura, se revelava moça com um humor desmedido e uma maturidade acima da média. desde sempre a chateei. escreve. escreve. insiste. nós fazemos, nem que seja num vão de escada. quando acredito no talento das pessoas tenho este problema. e ela muito hesitante, a dar passinhos de bebé. e eu a chateá-la sempre que a apanhava a jeito. mas a acreditar que um dia ia acontecer. e chegou o dia. um telefonema: um piloto. sem garantias, logo se vê no que dá. a minha resposta? "sim, sim, e há pão-de-ló da tua avó?" havia... este fim de semana acordei às 9 da manhã, contentinha como uma criança com um caderno novo. [eu,

polegar no cinema português

hoje foi o dia da "rodagem da cena com deixas". o nervoso miudinho ainda não tinha acordado, já eu tinha gravado. é que o despertar foi às 6 da manhã, entenda-se. chegar, comer uma sandocha, maquilhagem, cabelos, troca de mimos com o ex-patrão no cigarro da espera ["você nem imagina as saudades que eu tenho de si, minha cara", disse-me ele, e eu de lágrima de crocodila - oh - que - peninha - que - saudades - tenho - eu - do - escritório - e de - sua - azia - matinal quase quase a rolar-me pelo rosto se não fosse a pintura poder esborratar]. em bela diva meio acabada vou ao guarda-roupa e lá está o meu fardamento de criadinha insular do século passado antes do século que já é passado mas que eu não me habituo. vestidinha a preceito, já temos a perfeita mulher do campo, delicada mas vigorosa, com rosetas fornecidas pela secção das pinturas, e só me lastimei de não ter deixado crescer a sobrancelha-monocelha para ficar mais autêntico. e de não me deixarem fazer a coisa

cabo verde

teatro Meridional até 15 de Dezembro 4ª a 6ª às 22h; Sábado às 17h e 22h rua do Açúcar 64 - beco da mitra, Poço do Bispo, Lisboa bilhetes - 10 euros, vários descontos. eu não dava para crítica de teatro. ia ser acusada de ser amiga deste e do outro. de ser uma vendida a certas companhias. chega-nos uma compilação de textos de autores caboverdianos. prosa, verso, música. uma actriz, um músico. isolados numa ilha de caixas de madeira, uma enorme lua de papel e um espanta-espíritos para deixar aproximar apenas as almas boas. ele faz mar com arroz. ela faz um povo com o corpo. começa com "deus abençoa este espectáculo". e parece que sim, que há uma qualquer força que deixa que cada som, cada palavra e gesto saiam abençoados e contagiem todas as pessoas ali sentadas. são histórias. são coisas pequeninas, gestos de um quotidiano, de um imaginário - bem real - que ali se nos apresenta. são símbolos reconhecíveis por todos, são pequenos contos que lemos como num livro em que as letra

no dia dos meus anos

desta vez ficámos por cá. e pela primeira vez em 28 anos, trabalhei no dia do meu aniversário. antes de parecer mal, digo que é feriado. levantar cedo, depois da tradicional meia-noite com os meus infalíveis e de doses inacreditáveis de amor até às 3 da manhã, que incluíram uma surpresa muito kinky-pinky e tentar afinar uma guitarra de ouvido. apaguei as olheiras com base e pó e cores e riscos. era dia de dose dupla. dos corredores de correntes de ar disparavam abraços, apertadelas, beijos repenicados e puxões de tranças. porque as pessoas do teatro são assim, expressivas. e eu gosto. o namorido levou-me à porta de artistas e entregou-me na mão do meu mr. bojangles . "seguro a minha mão na tua", já dizia o outro. e na mão de um e na lente de outro dancei a menina. e depois, ainda no palco, cantaram-me os parabéns. o público também, desconhecidos e quatro vozes que cantavam mais alto que as outras porque, já se sabe, a família. "não chora", dizia-me bojangles, sempr