Avançar para o conteúdo principal

três quilos e trezentas


ph.t. e mão conquistada de Simão

por três quilos e trezentas desatámos aos pulos na cozinha, abraçámo-nos e demos vivas.
três quilos e trezentas de uma pessoa nova, doce, decidida e delicada, de olhinhos já atentos, a quem o mundo ainda não faz confusão.
por três quilos e trezentas de gente há lágrimas e um sorriso de leste a oeste cá em casa. porque também é um bocadinho nossa.
a nossa família emprestada de Paris está, agora, mais-que-perfeita. chegaste, Joana.
sim, Joana, mais-que-perfeita, sem pretérito mas com travessões para ficar tudo juntinho, porque é tanto o amor que se respira desses dois que te fizeram que a tua casa é sempre assim quentinha para quem por lá passa, cheia de abraços e gargalhadas.

e sim, Joana, fomos nós que te andámos a fazer festinhas e sussurrar disparates num francês macarrónico este Maio que passou. fomos nós que levámos os teus pais para as escadas exteriores - de que eles só se lembram quando lá estamos - para ficarmos todos à conversa até às tantas com vista para os telhados, a vie en rose, a primavera e a gata da vizinha. a beber cafés - e chá para a tua mamã -, a falar português, a fazer teatradas com um troll e uma vaca perdida.

e agora as saudades? com um novo motivo para voltar... e agora as saudades? quem é que as atura?

bonjour, Joana de Paris :)

Comentários

Menina Limão disse…
:)


(há outro comentário possível?)
colher de chá disse…
doce joana, bem vinda :)

Mensagens populares deste blogue

sabes quando te revisitas e já não te encontras? não sabes o que fazer de ti contigo. as perdas têm sido valentes, as estocadas mais fundas. pensei que por agora a pele estivesse mais grossa, mas não. pensei que estivesse de pés assentes, mas há força nas pernas. perdi o meu pai. perdi o meu chão. espero por uma fase boa. em que esteja tudo bem, organizado. nem que venha depois outra ventania, mas um pedaço de vida em que tudo esteja no seu lugar. só por um bocadinho. mas não. as peças estão espalhadas, quando começo a arrumar umas, caem ao chão as do outro canto da vida. um empilhar de pratos num tabuleiro demasiado cheio, que não se tem oportunidade de ir despejar à cozinha. até as metáforas me saem avariadas, já. tabuleiros de cozinha é o que me sobra. isto são metáforas, certo? é um padrão, o padrão caótico da minha vida, que tento desenhar em palavras que já não tenho. quero despejar-me aqui mas não sei bem como. os medos continuam, sabias? estão piores, diria, porque...

the producers

there comes a time in your life when you have to stand up straight and scream out loud so that everybody can hear: "Who the hell do I have to fuck to have a chance around here?!" The Producers | Mel Brooks | Drury Lane Theatre | Covent Garden quando ouvi isto, soltei a gargalhada amarga que me acompanha nas ironias da vida. agora já nem consigo rir. estou cansada. não dou o cuzinho e três tostões, mas dou o couro e três tostões. não conta, porra?

reviravoltas

[ms] mais uma para o currículo. descansa. estou cá, para te dar a mão. e um dia ainda nos vamos rir... os dois... entretanto, rimo-nos também, que não há mal que não desista à vista dos dentes desgarrados e das barrigadas de nós os dois. porque eu sei o que vales, quanto vales e como vales. e para cada ingrato, grato e meio. os destinos entrançam-se devagarinho. nada acontece por acaso. há quem consiga aguentar o nó na garganta de mão dada. sabes que quando se fecha uma porta... nem que tenha de rebentar uma janela à pancada... o céu troveja porque não sou só eu que estou revoltada... peito cheio, vem aí o vento... vamos apanhá-lo de velas içadas. vamos apanhar a chuvada de boca aberta ao céu... vou sair agora. vens?