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seis horas



de suor a derreter no peito de asfixia de ácaros na garganta de cinzento de pó de pés em meia ponta de costas encaracoladas de pontadas nas mãos de deixas penduradas de dedos esvaziados de recusas de vontade de noites de tinto de incongruências de gripes de ânimo enfraquecido de ego que nem com muletas de ausências de desorientações de cadeiras partidas de cigarros a meio de fitas de amuos de idiotices de palermices de risos cansados de dias que já se esvaíram quando se sai para a rua sem os ter visto.

Comentários

João disse…
há sempre o call center. lol
polegar disse…
eh, essa deixa é minha! :P
espantaespiritos disse…
diz que quem corre por gosto não cansa.
mas quem disse isso nunca correu na vida. pode custar menos mas que fatiga, fatiga,
polegar disse…
fatiga e dá nós nas costas que depois fatigam quem, em casa, tem de os desfazer
colher de chá disse…
mas eu não me importava de voltar a sentir esses nós, mesmo que não tivesse ninguém que mos desfizesse.
miak disse…
De volta a um registo antigo. Que saudades que já tinha.
Anónimo disse…
não há pachorra
polegar disse…
colherzinha: eu sei, querida. vai haver, vais ver.

miak: são as luas lol
polegar disse…
anónimo: não gosta, não come.

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