esta noite fui ao cinema. ver um filme que não interessa ao caso. nem interessa de maneira nenhuma. adiante.
chego cedo, estão a começar os anúncios. subo quase até lá acima para encontrar uma fila vazia. quando a percorro para me sentar o mais ao centro possível, reparo que está uma senhora na fila de cima com os pés descalços - em alvas peúgas - assentes nas costas da cadeira. ignoro-a e sento-me. ela fica ofendida por lhe ter abanado o encosto para os pés e muda de lugar mais o seu querido.
acomodo-me e fico à espera do filme.
o filme começa e quando ainda estamos a decorar o nome das personagens, vejo um senhor sozinho a subir pela coxia à procura de lugar. achou que na minha fila é que se estava bem, sentou-se a uma cadeira de mim. trazia um gelado, que ia comendo sem fazer grande barulho. o filme tinha partes com graça, e ele lá se ria e dizia baixinho "ai, ele agora esteve bem" e batia na perna. mas dizia baixinho e eu tudo bem. lá para o meio do filme, aquilo engonha um bocado e começam os silêncios. penso que agora ou se dá um bom twist ou um twist à típico filme americano - que era o caso - e entre o som das minhas cogitações e das vozes dos actores, surge um outro som peculiar. de chupar qualquer coisa. com muita saliva e pequenos estalinhos. penso "mas o velho ainda estará a chuchar o pau do gelado...?!". ignoro. não ignoraria se estivesse a alguém falar com alguém, a falar ao telemóvel depois de o deixar tocar alarvemente, a comer de boca aberta, ou aos pontapés à minha cadeira - coisas corriqueiras com que embirro mas que não estavam a acontecer, nesta noite em particular, à minha volta.
o que estava a acontecer era a subida de volume dos "chups chups" do senhor. até que olho para o lado. no preciso momento em que ele está a tirar a cremalheira de dentro da boca e a passeá-la pelo ar. rebolei-me toda ali [em silêncio], mas ele não deve ter reparado que reparei e continuou a meter e a tirar o estupor da placa da boca. tossiquei. ele lá meteu aquilo para dentro, mas continuou com uns discretos "chups chups" filme afora. até chegar à penúltima cena e sair, antes de acabar o filme.
o mundo está de pernas para o ar, de peúgas brancas, a tirar próteses dentárias da boca.
as pessoas queixam-se... das pipocas?!
chego cedo, estão a começar os anúncios. subo quase até lá acima para encontrar uma fila vazia. quando a percorro para me sentar o mais ao centro possível, reparo que está uma senhora na fila de cima com os pés descalços - em alvas peúgas - assentes nas costas da cadeira. ignoro-a e sento-me. ela fica ofendida por lhe ter abanado o encosto para os pés e muda de lugar mais o seu querido.
acomodo-me e fico à espera do filme.
o filme começa e quando ainda estamos a decorar o nome das personagens, vejo um senhor sozinho a subir pela coxia à procura de lugar. achou que na minha fila é que se estava bem, sentou-se a uma cadeira de mim. trazia um gelado, que ia comendo sem fazer grande barulho. o filme tinha partes com graça, e ele lá se ria e dizia baixinho "ai, ele agora esteve bem" e batia na perna. mas dizia baixinho e eu tudo bem. lá para o meio do filme, aquilo engonha um bocado e começam os silêncios. penso que agora ou se dá um bom twist ou um twist à típico filme americano - que era o caso - e entre o som das minhas cogitações e das vozes dos actores, surge um outro som peculiar. de chupar qualquer coisa. com muita saliva e pequenos estalinhos. penso "mas o velho ainda estará a chuchar o pau do gelado...?!". ignoro. não ignoraria se estivesse a alguém falar com alguém, a falar ao telemóvel depois de o deixar tocar alarvemente, a comer de boca aberta, ou aos pontapés à minha cadeira - coisas corriqueiras com que embirro mas que não estavam a acontecer, nesta noite em particular, à minha volta.
o que estava a acontecer era a subida de volume dos "chups chups" do senhor. até que olho para o lado. no preciso momento em que ele está a tirar a cremalheira de dentro da boca e a passeá-la pelo ar. rebolei-me toda ali [em silêncio], mas ele não deve ter reparado que reparei e continuou a meter e a tirar o estupor da placa da boca. tossiquei. ele lá meteu aquilo para dentro, mas continuou com uns discretos "chups chups" filme afora. até chegar à penúltima cena e sair, antes de acabar o filme.
o mundo está de pernas para o ar, de peúgas brancas, a tirar próteses dentárias da boca.
as pessoas queixam-se... das pipocas?!
Comentários
pera... vou ali vomitar as pipocas que comi com grande estardalhaço e já volto...
belheque!
passa aí o alka-seltzer eheheh :))
cada tempo, as suas coisas, mas sempre embirro quando as "liberdades" dos outros interferem com as minhas!
Um beijo
Daniel