praia não vigiada.
é proibido nadar.
correntes fortes.
não farei juízos de valores.
quando cheguei, improvisava-se uma corda, passavam polícias de calções e capacete de bicicleta, correndo na areia escaldante.
eram seis. estavam acampados na praia.
dois, agora, tremiam juntos, sentados nas rochas. outro, mais acima, de cabeça enterrada nas mãos, olhava o azul como se fosse negro e nada. outro, ainda, jazia inconsciente, deitado de lado, com o quinto elemento a tentar aquecê-lo, engolindo as lágrimas.
por entre um aglomerado de rochas, descobri que os anjos, às vezes, não são transparentes, não têm asas.
vestem fardas azuis ou vermelhas ou brancas.
e, incansáveis, de corpos esfolados, carne rasgada pela inconsciência dos outros, inconsciência de si, suores frios, de olhares impenetráveis, tentam soprar vida num corpo inerte, gelado, pescado de entre as pedras fundas e as ondas batidas. fazem das suas mãos coração forte e pujante, bomba de impulso que acorde (por favor) aqueles braços caídos, aqueles olhos perdidos.
e a outro prometem uma cerveja ao fim do dia, como se o pescoço entalado em amparos de plástico nada significasse, enquanto carregam as macas falésia acima.
é proibido nadar.
correntes fortes.
não farei juízos de valores.
quando cheguei, improvisava-se uma corda, passavam polícias de calções e capacete de bicicleta, correndo na areia escaldante.
eram seis. estavam acampados na praia.
dois, agora, tremiam juntos, sentados nas rochas. outro, mais acima, de cabeça enterrada nas mãos, olhava o azul como se fosse negro e nada. outro, ainda, jazia inconsciente, deitado de lado, com o quinto elemento a tentar aquecê-lo, engolindo as lágrimas.
por entre um aglomerado de rochas, descobri que os anjos, às vezes, não são transparentes, não têm asas.
vestem fardas azuis ou vermelhas ou brancas.
e, incansáveis, de corpos esfolados, carne rasgada pela inconsciência dos outros, inconsciência de si, suores frios, de olhares impenetráveis, tentam soprar vida num corpo inerte, gelado, pescado de entre as pedras fundas e as ondas batidas. fazem das suas mãos coração forte e pujante, bomba de impulso que acorde (por favor) aqueles braços caídos, aqueles olhos perdidos.
e a outro prometem uma cerveja ao fim do dia, como se o pescoço entalado em amparos de plástico nada significasse, enquanto carregam as macas falésia acima.
Comentários
Não sei se serão anjos. Já é tão bom que sejam humanos, tão tão humanos...
Beijinhos!
e é bom que estejam por cá, sim. um parêntesis ao rótulo de sacanas que a força policial costuma ter. como eu digo sempre, há gente boa em todo o lado...