a contagem decrescente é a parte angustiante de quem não tem vida certa e jogos de anca a fazer com o destino. nunca se sabe que cartada ele puxa a seguir. neste momento já sinto escorrer pelos dedos os últimos grãos de areia deste pequeno castelo de migalhas que me foi concedido para não me esquecer de quem sou. faltam meia dúzia de espectáculos. um punhado de ilusões e depois de volta ao fosso de onde me impeço, por vezes, de sair.
entre dúvidas - as de sempre - de continuar ou esquecer, e o que vai ser de mim depois, há momentos em que algo nos prega ao chão do presente com garras docemente violentas.
o medo de encontrar 230 miúdos era enorme. a garganta e a boa vontade, muitas vezes, não prendem a atenção de cem deles irrequietos.
a turba foi-se aproximando e quando pensávamos que o grupo estava completo, lá víamos atravessar os claustros mais uma manada. mas quando chegaram perto de nós, o silêncio. as gargalhadas. o respeito. a diversão. o olhá-los nos olhos e vê-los beber-nos. e nós. um "nós" como já não conhecia há muito. o improvisar em cenas que já estavam gastas, o tomar o tempo para respirar e reinventar. pregar sustos com olhares cúmplices. o parar no momento para nos divertirmos com o colega.
há muito que não sentia assim.
e saí dali com um nó na garganta, peito cheio, uma sensação de fé quase religiosa e uma frase a ecoar nos sentidos:
ah, então é por dias como este que eu faço o que faço.
entre dúvidas - as de sempre - de continuar ou esquecer, e o que vai ser de mim depois, há momentos em que algo nos prega ao chão do presente com garras docemente violentas.
o medo de encontrar 230 miúdos era enorme. a garganta e a boa vontade, muitas vezes, não prendem a atenção de cem deles irrequietos.
a turba foi-se aproximando e quando pensávamos que o grupo estava completo, lá víamos atravessar os claustros mais uma manada. mas quando chegaram perto de nós, o silêncio. as gargalhadas. o respeito. a diversão. o olhá-los nos olhos e vê-los beber-nos. e nós. um "nós" como já não conhecia há muito. o improvisar em cenas que já estavam gastas, o tomar o tempo para respirar e reinventar. pregar sustos com olhares cúmplices. o parar no momento para nos divertirmos com o colega.
há muito que não sentia assim.
e saí dali com um nó na garganta, peito cheio, uma sensação de fé quase religiosa e uma frase a ecoar nos sentidos:
ah, então é por dias como este que eu faço o que faço.
Comentários
é para esses que vale a pena contar histórias.
e para esses que vives a querer contar histórias.
contar histórias bem.
muito bem, como só tu sabes fazer.
LOLOLOL
Beijocas Grandes com um Enorme Sorriso! B.
Claro que sim! Imaginei as cenas e a tua satisfação.
Um beijo
Daniel
Beijos grandes.
que bom!
e miúdos e miúdos
milagres... talvez.
:)