Avançar para o conteúdo principal

e é lá que eu vou estar até te escutar

chega o verão... (quer dizer, diz que já é, eu não sinto nada... bem, mas assim não dá para seguir o raciocínio, voltemos à vaca fria...)
chega o verão... chegam os carros de janelas abertas a espalhar música pelo ar. chegam as tardes longas, a vontade de ficar no lounging depois do trabalho num barzinho a ouvir música. num escritório vazio sem rádio, a única companhia é mesmo a música que me chega da rádio online.
e chegam os concertos, festivais, eventos ao ar livre...
contra mim falo, que quando quero fazer peças no verão me queixo que não há público, mas chega esta altura e há que laurear a pevide... e também não há público em altura nenhuma, que se dane.
mas pronto. com o calor a música bem disposta toma-nos.
uma pessoa abre os sites, as agendas culturais, liga a tv, e a oferta é demasiada para bolsos à beira dos 21%.
que se dane a carestia de vida, ao menos suporta-se a pobreza a cantar.
ontem estive no masoquismo puro: passei a tarde no site da ticketline a ver as cadeirinhas azuis tornarem-se vermelhas (ao ritmo dos refresh) para estas duas noites de Humanos no Coliseu.

cresci a ouvir o Variações, um bom amigo do meu pai. a sala é uma bosta. tenho pouco dinheiro. mas são dois concertos únicos, não voltam. e tenho um carinho especial pelo David Fonseca, processem-me. mas é caro. olha, acabaram os bilhetes do balcão. agora só uns espalhados na 2ª plateia, na primei.... não, na primeira já acabaram. para 4ª feira então há mesmo pouca coisa... sobra a visibilidade reduzida e a orquestra. aieeee.... olha, na orquestra para o segundo dia já não há. são quê, umas 10 cadeiras na orquestra ainda livres? não vás, estúpida, tens mais onde gastar o dinheiro. não não vou, claro que não. só estou a ver. é uma terça-feira, tens de acordar cedo na 4ª. mas mas mas... eheheheh ainda por cima nunca está ninguém no escritório, se adormecer nem dão pela minha falta... visibilidade reduzida é muito mau. visibilidade reduzida é o coliseu inteiro. só se vê cabeças... e a orquestra... quer dizer... esquece lá isso... mas o que é que o meu dedo está a fazer? onde é que vai o cursor do rato?? pára! não! não! pára! aaaaaaaaaaaahhhh!

hoje vou ver Humanos.

... a culpa é da vontade.

Comentários

Anónimo disse…
lol. eu vou amanhã!

Que me importa o que serei?
Quero é viver!
O Estranho disse…
Quando a cabeça não tem juízo, metes-te nessa de chamar Vanessa à tua menina, e só queres trocar o corpo, trocar a voz, trocar o canto para não cantarmos sós...
Damon disse…
a vontade é muito «humana»...:)

fazes bem, eu ainda espero vê-los no porto...
Bolas, eu queria ir...
:(
Beijos
Anónimo disse…
Vai, que se eu aí estivesse tb ía!
Mas estou a revitalizar o oxigénio do cérebro! que também me está a saber muito bem!
Diverte-te Muito!
Beijos, B.

Mensagens populares deste blogue

sabes quando te revisitas e já não te encontras? não sabes o que fazer de ti contigo. as perdas têm sido valentes, as estocadas mais fundas. pensei que por agora a pele estivesse mais grossa, mas não. pensei que estivesse de pés assentes, mas há força nas pernas. perdi o meu pai. perdi o meu chão. espero por uma fase boa. em que esteja tudo bem, organizado. nem que venha depois outra ventania, mas um pedaço de vida em que tudo esteja no seu lugar. só por um bocadinho. mas não. as peças estão espalhadas, quando começo a arrumar umas, caem ao chão as do outro canto da vida. um empilhar de pratos num tabuleiro demasiado cheio, que não se tem oportunidade de ir despejar à cozinha. até as metáforas me saem avariadas, já. tabuleiros de cozinha é o que me sobra. isto são metáforas, certo? é um padrão, o padrão caótico da minha vida, que tento desenhar em palavras que já não tenho. quero despejar-me aqui mas não sei bem como. os medos continuam, sabias? estão piores, diria, porque...

the producers

there comes a time in your life when you have to stand up straight and scream out loud so that everybody can hear: "Who the hell do I have to fuck to have a chance around here?!" The Producers | Mel Brooks | Drury Lane Theatre | Covent Garden quando ouvi isto, soltei a gargalhada amarga que me acompanha nas ironias da vida. agora já nem consigo rir. estou cansada. não dou o cuzinho e três tostões, mas dou o couro e três tostões. não conta, porra?

reviravoltas

[ms] mais uma para o currículo. descansa. estou cá, para te dar a mão. e um dia ainda nos vamos rir... os dois... entretanto, rimo-nos também, que não há mal que não desista à vista dos dentes desgarrados e das barrigadas de nós os dois. porque eu sei o que vales, quanto vales e como vales. e para cada ingrato, grato e meio. os destinos entrançam-se devagarinho. nada acontece por acaso. há quem consiga aguentar o nó na garganta de mão dada. sabes que quando se fecha uma porta... nem que tenha de rebentar uma janela à pancada... o céu troveja porque não sou só eu que estou revoltada... peito cheio, vem aí o vento... vamos apanhá-lo de velas içadas. vamos apanhar a chuvada de boca aberta ao céu... vou sair agora. vens?