Avançar para o conteúdo principal

I pitty the fool

o homem já se pode considerar meu amigo.

faz-me companhia há 7 anos, desde que dei os meus primeiros toques no pedal e pude escolher a rádio que me fazia companhia até à faculdade de manhã. descobri a pólvora, se calhar para alguns, mas era mesmo daquilo que precisava.
daquele tipo de voz inconfundível e tom sempre irónico a falar-me de coisas estranhas com as suas punchlines fora do normal. das canções absurdas, parecia que inventadas na hora e escritas em cima do joelho e das músicas ainda mais obscuras que ele encontrava.
precisava de disparate na minha vida às 7 da manhã, que dizer?
para uns é um palhacito sem piada. não consigo vê-lo assim, fez-me fazer demasiadas figuras tristes no carro, na rua, a rir à gargalhada e a cantar e a fazer aqueles seus exercícios de mexer os pés e as mãos. e tinha o prazer de olhar à volta na fila e dar de caras com outro carro tão cheio de gente como o meu a rir também, e poder trocar cumplicidades e gritos de guerra com gente estranha, do outro lado de portas de metal e vidros embaciados, rodeados de caras carrancudas que achavam inadmissível como aquela gente se ria tanto sozinha logo de manhã... e uns para os outros!!
ele, o Pedro, a Lamy, o Malato, mais tarde a Maria e agora com o Araújo e de volta à Lamy. andei atrás dele por todas as estações.
depois conheci-o. e ao meu ídolo da comunicação oral, das piadas ribeirinhas, o único a quem admito a piadola seca. ficaram-me no coração naquele dia de Novembro memorável em que só os tinha a eles e câmaras de televisão à minha volta, um directo de 3 horas para fazer e a sensação de estar a ser testada e avaliada por rebarbados.
a experiência ficou por pouco mais que ali, mas foi dos melhores dias da minha vida. quando vi o alinhamento ia fenecendo na sala de maquilhagem...
anyways... hoje lembrei-me dele. porque o ouço todos os dias. a ele e ao seu cão mordido, que agora é noutro planeta, mas sempre ele.
e só tenho pena de o ribeirinho se ter passado para a RCP. é que não consigo, não consigo mesmo ouvir Laura Pausini e Elton John mais que o estritamente necessário.
e aqui vai:
ENORMES SEIOOOS!

Comentários

Anónimo disse…
É muuuuuito bom! A capacidade de improviso é fora de série.
Anónimo disse…
Queria dizer "capacidade de improvisação" ;)
Anónimo disse…
ni: é sim senhor ;)
bufas: acho que ele não passou na mega. ele esteve na Best Rock, tb me lembro desse episódio. só saiu do grupo Media Capital agora qd foi para a RDP.
aconteceram-me tantas dessas! e quando o tipo se põe a mandar os ouvintes fazerem a coisa da rotação dos pés e das mãos?! a quantidade de gente com os braços no ar e cara de parvo naquela calçada de carriche!
Rubim disse…
nem sempre gosto, mas tenho q admitir q se sai com umas giras.

bjs
Rantanplan disse…
Não sei se alguma vez reparaste mas tenho o blog dele nas "minhas leituras".
Anónimo disse…
papa-figos: ah pois...
bufas: também ando pela mega e pela best, são as q ouço no trabalho se o servidor da antena 3 estiver a explodir. depois é radar radar radar e nos dias mais melancólicos, marginal...
rantas: claro q reparei. de vez em quando "uso-te" para ir lá espreitar ;)
Sou fã há muito!
Quando ia para a universidade também fazia figuras semelhantes às tuas, quando visitava o supermercado pela manhã, antes de trabalhar, nem sequer tinha o refúgio dos vidros do carro de modo que todo o mundo ficava a olhar para mim enquanto, literalmente, chorava a rir.
Deixei de ver o nosso 'amigo' por dois motivos:
1) a Best, para o meu gosto, é insuportavelmente má, acabei por refugiar-me, e manter-me fiel, na Radar;
2) não tenho sequer perspectivas de vir a ter tv cabo.
Paciência...
Beijinhos!
Simão disse…
Que horror!!!
Em plena calçada de carriche a "rir à gargalhada e a cantar e a fazer aqueles seus exercícios de mexer os pés e as mãos." ?!?!?!
:p
Que lindo!! Tb quero... levem-me de volta pra Portugaaaaaaaaal!
Beijos... (adoro estes teus momentos)
Anónimo disse…
cass: ele não tá na best há imenso tempo, tá na antena 3. menos mal, não? hoje é quinta dos portugueses!
simão: olha, podes é apanhá-lo na rádio online www.antena3.pt . ele tem intervenções às 08:25 e 9:25 (horário tuga) e repetição às 18:30, se não estou em erro. ainda podes apanhar o da tarde de hoje eheheh
Anónimo disse…
Pois no meu primeiro trabalho, ninguém percebia porque ficava eu dentro do carro, à porta do escritório, quando chegava cedo "demais". Da mesma maneira, também ninguém percebia o meu stress que me fazia galgar as escadas que me traziam da cave, do meu lugar de trabalho, até ao piso onde estava o rádio que espalhava o som por todo o escritório. E então ficava a fiscalizar o aparelho durante os 10 minutos que duravam a segunda sessão do dia, não fosse um bandido qualquer boicotar o meu intento. Depois sim, já descia as escadas, indiferente a que me entupisssem os ouvidos com as brasileiradas de uma rádio qualquer, hiper-pirosa, muito na moda na altura. Uma bodega que dava martelos e dava autocolantes para os carros. Bahhh! Nessa altura acho que o poiso dessa ave rarissima era a Comercial. Agora descobri-o, acidentalmente, na Antena 3, quando procurava uma estação com força suficiente para se aguentar na dureza dos montes. Bem hajas, "Marco", que me ajudas a encarar o dia com mais leveza.
Anónimo disse…
Só costumo ouvir radar, mas por este tipo e o programa da manhã, aturava a best e a comercial.

Hj já n o sigo, n dá, entro mais tarde que o programa dele ;)

Enormes SEEEIIIOOOOSSSS!

Kiss

Mensagens populares deste blogue

sabes quando te revisitas e já não te encontras? não sabes o que fazer de ti contigo. as perdas têm sido valentes, as estocadas mais fundas. pensei que por agora a pele estivesse mais grossa, mas não. pensei que estivesse de pés assentes, mas há força nas pernas. perdi o meu pai. perdi o meu chão. espero por uma fase boa. em que esteja tudo bem, organizado. nem que venha depois outra ventania, mas um pedaço de vida em que tudo esteja no seu lugar. só por um bocadinho. mas não. as peças estão espalhadas, quando começo a arrumar umas, caem ao chão as do outro canto da vida. um empilhar de pratos num tabuleiro demasiado cheio, que não se tem oportunidade de ir despejar à cozinha. até as metáforas me saem avariadas, já. tabuleiros de cozinha é o que me sobra. isto são metáforas, certo? é um padrão, o padrão caótico da minha vida, que tento desenhar em palavras que já não tenho. quero despejar-me aqui mas não sei bem como. os medos continuam, sabias? estão piores, diria, porque...

the producers

there comes a time in your life when you have to stand up straight and scream out loud so that everybody can hear: "Who the hell do I have to fuck to have a chance around here?!" The Producers | Mel Brooks | Drury Lane Theatre | Covent Garden quando ouvi isto, soltei a gargalhada amarga que me acompanha nas ironias da vida. agora já nem consigo rir. estou cansada. não dou o cuzinho e três tostões, mas dou o couro e três tostões. não conta, porra?

reviravoltas

[ms] mais uma para o currículo. descansa. estou cá, para te dar a mão. e um dia ainda nos vamos rir... os dois... entretanto, rimo-nos também, que não há mal que não desista à vista dos dentes desgarrados e das barrigadas de nós os dois. porque eu sei o que vales, quanto vales e como vales. e para cada ingrato, grato e meio. os destinos entrançam-se devagarinho. nada acontece por acaso. há quem consiga aguentar o nó na garganta de mão dada. sabes que quando se fecha uma porta... nem que tenha de rebentar uma janela à pancada... o céu troveja porque não sou só eu que estou revoltada... peito cheio, vem aí o vento... vamos apanhá-lo de velas içadas. vamos apanhar a chuvada de boca aberta ao céu... vou sair agora. vens?