Avançar para o conteúdo principal

desalinho

é o vento. é o suor. os encaixes do corpo que rangem. são as serigrafias na pele, feitas de línguas e odores.
desalinha-se o cabelo, revolto, e perde a raíz. pingos grossos. chuvas de sal. rasgam a vontades em aromas de vinho tinto, um sangue que escorre sem dor. estremecem-se as células, nuvens de pano encobrem o céu. da boca, dos lábios e das linhas entrosadas como teias de aranha, tão suaves com pérolas escorregadias, tão fortes como o peso das vontades. dos sentidos. das entranhas. no ouvido, sopro. som. vibração. vibro. arrepio. arrebato. batimento. sedimento. sede. cede.

Comentários

Anónimo disse…
É bom estar em desalinho, com o suor, os arrepios, as vibrações. A sentir o corpo.
Beijinho*
Anónimo disse…
Olá Polegarzinha!

è o Verão que tá aí mesmo, mesmo a chegar.. como o calor.

Agora, vamos lá a ver se nos entendemos, isso de "encaixes do corpo que rangem", isso é falta de cálcio! Tu andas a tomar o teu leitinho de manhã como deve ser?? Humm? Duvido!

Mais grave ainda..., isso de "chuvas de sal" e "nuvens de pano encobrem o céu"... POLEGARZINHA, tu andas a fumar daquilo que faz rir??! Não há outra explicação para visões desse calibre!!! e depois dá "sede", né? pois claro que dá!

Como se não bastasse, ela são descrições porno!!: "das entranhas. no ouvido, sopro. som. vibração. vibro. arrepio. arrebato. batimento" Polegarzinha(!!), tu tem cuidado! Vá lá, vibrações e sopros ainda vá que não vá, agora "no ouvido"?!!?!? Meus Deus!

Assinado: Provedor do blogspot - Diácono Remédios


eheh
Beijinhos grandes

Rui
Anónimo disse…
O Rui anda muito engraçado! Deve ser das férias.

E eu que queria comentar de uma forma séria.

Que maldade. Logo tu que não fumas nem bebes.

Fica então apenas a saber que gostei muito, como aliás é hábito.
Anónimo disse…
ser dois em um.
sabe bem.
é simpático.
:P
Anónimo disse…
Querida Polegar
E em desalinho vais alinhavando ideias, fonte de nova criação...
Um beijo
Daniel
Anónimo disse…
cária: concordo... :) beijinho

rui: e dizes tu que EU é que devo ter fumado alguma coisa...?:P

macaso: deixa-o lá... ainda bem q gostaste. ah! e eu bebo e fumo... mas com juízo!;)

espanta: muito haveria a dizer dos teus telegramas, mas pronto... continua a enviar postais... sim?

daniel: é bom ver-te por aqui. a inspiração depende das luas!lolol beijinho

Mensagens populares deste blogue

sabes quando te revisitas e já não te encontras? não sabes o que fazer de ti contigo. as perdas têm sido valentes, as estocadas mais fundas. pensei que por agora a pele estivesse mais grossa, mas não. pensei que estivesse de pés assentes, mas há força nas pernas. perdi o meu pai. perdi o meu chão. espero por uma fase boa. em que esteja tudo bem, organizado. nem que venha depois outra ventania, mas um pedaço de vida em que tudo esteja no seu lugar. só por um bocadinho. mas não. as peças estão espalhadas, quando começo a arrumar umas, caem ao chão as do outro canto da vida. um empilhar de pratos num tabuleiro demasiado cheio, que não se tem oportunidade de ir despejar à cozinha. até as metáforas me saem avariadas, já. tabuleiros de cozinha é o que me sobra. isto são metáforas, certo? é um padrão, o padrão caótico da minha vida, que tento desenhar em palavras que já não tenho. quero despejar-me aqui mas não sei bem como. os medos continuam, sabias? estão piores, diria, porque...

the producers

there comes a time in your life when you have to stand up straight and scream out loud so that everybody can hear: "Who the hell do I have to fuck to have a chance around here?!" The Producers | Mel Brooks | Drury Lane Theatre | Covent Garden quando ouvi isto, soltei a gargalhada amarga que me acompanha nas ironias da vida. agora já nem consigo rir. estou cansada. não dou o cuzinho e três tostões, mas dou o couro e três tostões. não conta, porra?

reviravoltas

[ms] mais uma para o currículo. descansa. estou cá, para te dar a mão. e um dia ainda nos vamos rir... os dois... entretanto, rimo-nos também, que não há mal que não desista à vista dos dentes desgarrados e das barrigadas de nós os dois. porque eu sei o que vales, quanto vales e como vales. e para cada ingrato, grato e meio. os destinos entrançam-se devagarinho. nada acontece por acaso. há quem consiga aguentar o nó na garganta de mão dada. sabes que quando se fecha uma porta... nem que tenha de rebentar uma janela à pancada... o céu troveja porque não sou só eu que estou revoltada... peito cheio, vem aí o vento... vamos apanhá-lo de velas içadas. vamos apanhar a chuvada de boca aberta ao céu... vou sair agora. vens?