Avançar para o conteúdo principal

folias :: o rescaldo

o som é maravilhoso. já gostava, agora gosto mais. dos senhores, da força e balanço da música, da audácia dos convidados especiais...

de resto... bem, de resto a nota negativa vai unicamente para os convivas... é que ir ao lux é "bem", mas continuaram sem perceber porquê... havia com cada um... ora vejamos, enquanto ainda balanço ao som de "miúdo":

.: as tias de casacos de peles e ar-tão-pedigree que desceram logo que abriu o acesso ao piso da discoteca. não podiam perder pitada, mas parece-me que acabaram meio perdidas. ficaram à frente mas perderam a pose: sem perceber porque é que o peeling estava a derreter e a desfazer-se com a vibração e porque é que os cintos cheios de metal e lantejoulas as puxavam na direcção das geringonças que faziam som - esse som estranho que não tem nada a ver com a Casa do Castelo, vindo de pessoas a sério em cima de um palco...

.: os tios de fatinho, copinho na mão e a outra no bolso, que falavam da bolsa ao pé da entrada... deixaram cair o queixo ao chão quando entrou o primeiro "ente" estranho de cabeça rapada, túnica justa, lenço às bolinhas cor-de-rosa e bota alta... "aquilo é um gajo?"

.: o homem-tipo-bruno-nogueira-quasi-torre-eiffel que escolheu pespegar-se deliberadamente à frente de um grupo de gente com uma altura média de 1,62m [para o qual contribuo com o meu 1,58m]

.: a totó e o seu suíno que resolveram obstruir a visibilidade de toda a gente à frente de quem se resolveram meter... ele porque se achava macho dominador com direito a ver mais que os outros, com as suas mãos no "ponto de requebra" da menina; ela porque tinha um "cabeção" ralo mas comprido e crespo que atirava para cima de quem estivesse num raio de 50 metros nas suas tentativas de sedução do suíno. foram no engodo da festa "bem" mas não estavam habituados, coitados, a tanta gente e confusão e não percebiam porque é que as cabeças à frente deles não se baixavam. mas também não percebiam porque é que tiveram 4 pares de cotovelos espetados nas costas a noite toda... nem porque é que tanto o casaco foleiro do cavalheiro como a farta cabeleira da dama saíram meio chamuscados de cigarros... muahahahah... toda a saga aqui

entretanto divertiu-se quem foi lá pela música... portanto, eu diverti-me à brava... e sem adormecer... ;)

Comentários

Anónimo disse…
ver: comment ao post anterior e comment ao post do espanta!! :)
Anónimo disse…
é o que acontece às pessoas que têm muitas manias ou pior, que pensam que estão sós no mundo.

vou ser muito mauzinho e dizer que bem era o cabelo ter mesmo pegado fogo.

marinheiroaguadoce a navegar
Anónimo disse…
ainda bem que os cindy não desiludiram, o lux, bem o lux é sempre aquela base, para quem foi fã do frágil, nos seus tempos aureos, com gente intelegente, divertida e diferente, não aguenta as excursões de betos no actual lux.
não tenho nem nunca tive pachorra, as raras xs q lá vou é completamente arrastada e chantangeada, e passados 30 min estou de saída, divirto-me mais cá fora em amena cavaqueira com o chefe dos seguranças do que lá dentro a apanhar encontrões e a arrembentar com os timpanos com aquela música de matadouro.... bahhhh
Anónimo disse…
colher: LOL
marco: gosto ;) muahahahah!
pinky: eu não saio muito, por isso não sou muito esquisita. apanhas-me no Tóquio [ali ao Cais do Sodré ;)], como num barzinho do Bairro, como me apanhas no Lux. e apesar de a fauna ali estar cada vez mais afectada com os ares nasalados de Cascais, gosto de de vez em quando [ignorando quem é de ser ignorado] embrenhar-me na decoração maníaco-sofisticada, deixar de pensar e ser levada na batida desregulada daquele som...
Anónimo disse…
Quase, quase consegui lá estar. Eu não sou da capital, mas se fosse...seria mais Tokyo. Olha...conheces o Tocsin, no Bairro Alto?
Anónimo disse…
se calhar conheço, se callhar já lá entrei, mas não fixo o nome dos bares... sei de cor só dois ou três e de vez em quando até esses troco ;)

Mensagens populares deste blogue

sabes quando te revisitas e já não te encontras? não sabes o que fazer de ti contigo. as perdas têm sido valentes, as estocadas mais fundas. pensei que por agora a pele estivesse mais grossa, mas não. pensei que estivesse de pés assentes, mas há força nas pernas. perdi o meu pai. perdi o meu chão. espero por uma fase boa. em que esteja tudo bem, organizado. nem que venha depois outra ventania, mas um pedaço de vida em que tudo esteja no seu lugar. só por um bocadinho. mas não. as peças estão espalhadas, quando começo a arrumar umas, caem ao chão as do outro canto da vida. um empilhar de pratos num tabuleiro demasiado cheio, que não se tem oportunidade de ir despejar à cozinha. até as metáforas me saem avariadas, já. tabuleiros de cozinha é o que me sobra. isto são metáforas, certo? é um padrão, o padrão caótico da minha vida, que tento desenhar em palavras que já não tenho. quero despejar-me aqui mas não sei bem como. os medos continuam, sabias? estão piores, diria, porque...

q.b. de q.i.

como é sabido, neste centro de escritórios funciona também uma das maiores agências de castings do país. há enchentes, vagas de gente daquela que nos consegue fazer sentir mais baixos e mais gordos do que o nosso próprio e sádico espelho. outras enchentes há de criancinhas imberbes que nos atropelam no corredor de folha com número na mão. as mães a gritarem hall fora "não te mexas que enrugas a roupinha" ou "deixa-me dar-te um jeitinho no cabelo ptui ptui já está"... e saem e entram e sentam-se e entreolham-se naquele ar altivo as meninas muito compridas e muito fininhas, do alto ainda mais alto dos seus tacões e com a mini-saia pendurada no osso da anca, que o meu patrão já diz "deixem passar dois anos que elas começam a vir nuas aos castings... pouco falta... têm é de vir de saltos altos... isso é que já não descolam dos pés!" bom, nesses dias aceder à casa de banho é um inferno. é que elas enfiam-se lá dentro nos seus exercícios de concentração preferid...

there goes my hero. 1 ano

Pergunto-me o que acharias acerca desta demência toda, desta distopia rocambolesca mas ainda assim não suficientemente diferente do “normal”. Deste bailado em corda bamba da auto-idolatria com os gestos incrivelmente abandonados de ego. Desta atrapalhação profundamente honesta e refinada que se aprende fazendo e se desfaz em ilusões como uma teia fininha. Deste viver no presente forçado, fincados no agora até à dor no pescoço porque agora é que não sabemos mesmo o que vem depois de amanhã.  Provavelmente discutimos aces amente sobre uma merda política qualquer que não controlamos, para a seguir nos estarmos a rir cúmplicemente de qualquer coisa pouco apropriada. Cheira a grelhados, que o vizinho tem quintal, e aí a coisa custa mais. Esse peso bom da mão inteira na cabeça que me guardava a inquietude faz falta. Distopia é não estares aqui. O resto aguenta-se com um cravo ao peito. Contigo cravado no peito.