Avançar para o conteúdo principal

viciada

roer as unhas. mas quando tenho as unhas apresentáveis, pinto-as quase todos os dias de cores diferentes, do vermelho escuro ao azul, passando pelo rosa discreto. doentio.
franzir a testa. preocupação, interrogação, mimo. tudo é uma desculpa para vir a ficar encarquilhada aos 35.
música. ter rádio ou um cd sempre a tocar. cantar por tudo e por nada no meio de tudo e de nada. a minha vida (e dos desgraçados à minha volta) é um estupor de um musical.
fumar.
cigarreiras. tenho uma que é o meu orgulho: tem uma pin-up. com cinzeiro de bolso a combinar. finíssimo...
andar pelos blogs.
os cheiros e sabores.
lugares, pontos, momentos, toques em que me sinto em casa.
as cores. mesmo que me apeteça vestir de preto, trago-as nas meias, na roupa interior, a mochila.
brincar com os dedos numa madeixa de cabelo.
pele.
doces.
dançar. mesmo que seja no meio da cozinha, sem música.
fotografar. com máquina ou com palavras. e ficar danada porque não consigo mostrar o que vi.
café. a bica da manhã, de preferência no café aqui do lado. café de saco ao pequeno-almoço (outro vício, mas que raramente cumpro) e à noite, com livros, tv, net, ou só pés quentes.
recordações. o meu moleskine está gordo e deformado.
o telemóvel.
sapatilhas de pontas.
abraços e beijos.
vento na cara.
ler. tantas vezes me interroguei como é que ainda não pisei um dos muitos "presentes" que florescem no passeio do Rato ao Príncipe Real, porque vou sempre com o nariz enfiado nas letras. a minha coluna queixa-se do peso extra.
comer pipocas no cinema. já sei, não é hype.
chorar no ballet.
chorar no teatro. se não antes, no arrepio dos aplausos finais, especialmente quando estou na plateia.
atrasar-me.
aninhar-me.
as pessoas.
corrigir erros ortográficos e orais. a minha nova dor de cabeça é o corrector automático do Mac, que transforma as palavras como quer, especiamente os à em á...
dizer o que me vem à cabeça.
censurar-me. especialmente ao espelho.

fazer teatro. alguém tem uma pizza para eu entregar em cena? estou de ressaca grave e não há metadona para o pó do palco.

Comentários

miak disse…
...volta depressa...mesmo que entregando pizzas. Também nós estamos viciados...
Rantanplan disse…
Mac???? isso sim é um vício louco e imperialista.

Mensagens populares deste blogue

wc cheap&chic makeover

ora passámos disto para isto quem diz que uns pés-descalços do subúrbio não podem ter um Roy Lichtenstein na banheira? com direito a um armário exclusivo para viagens sensoriais ao passado, recheado de pequenas antiguidades da higiene e cosmética por nós coleccionadas através de incursões a drogarias de bairro. trabalho feito por uma equipa de dois, em 8 dias, por um terço do preço que custaria mandar fazer por "profissionais". há por aí alguém que precise dos nossos serviços de consultoria? fazemos orçamentos grátes e vamos a casa...

the producers

there comes a time in your life when you have to stand up straight and scream out loud so that everybody can hear: "Who the hell do I have to fuck to have a chance around here?!" The Producers | Mel Brooks | Drury Lane Theatre | Covent Garden quando ouvi isto, soltei a gargalhada amarga que me acompanha nas ironias da vida. agora já nem consigo rir. estou cansada. não dou o cuzinho e três tostões, mas dou o couro e três tostões. não conta, porra?

reviravoltas

[ms] mais uma para o currículo. descansa. estou cá, para te dar a mão. e um dia ainda nos vamos rir... os dois... entretanto, rimo-nos também, que não há mal que não desista à vista dos dentes desgarrados e das barrigadas de nós os dois. porque eu sei o que vales, quanto vales e como vales. e para cada ingrato, grato e meio. os destinos entrançam-se devagarinho. nada acontece por acaso. há quem consiga aguentar o nó na garganta de mão dada. sabes que quando se fecha uma porta... nem que tenha de rebentar uma janela à pancada... o céu troveja porque não sou só eu que estou revoltada... peito cheio, vem aí o vento... vamos apanhá-lo de velas içadas. vamos apanhar a chuvada de boca aberta ao céu... vou sair agora. vens?