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isso é...

quando o patrão nos liga a meio das férias a dizer que se lembrou que quer mandar duas curtas a concurso...
quando até vamos fazer o jeito de interromper as férias para dar uma mão e descobrimos que uma das curtas tem um argumento daqueles que mete medo ao susto...
quando o tal argumento tem tantos erros de português que se passa mais tempo a corrigi-los e a sentir vergonha alheia do que a escrever textos para o projecto...
quando o autor escreve "abajur", "fallow spot", "flashadas" e "vou prosseguir em procura da busca de..."
quando na dissertação técnica sobre o projecto, o senhor usa pontos de exclamação como se tivesse descoberto a pólvora...
quando não compreendemos o que passa na cabeça de um pseudo-realizador, pseudo-freak quando escreve diálogos em que se disserta sobre o amor das putas com uma psicóloga...
quando a protagonista do tal guião é "de formas generosas, lábios sensuais e misteriosa, com uma grande paixão pelo jogo da sedução" e o protagonista tem "rabo de cavalo escuro e usa luvas de pele escuras"...
quando a outra curta nem sequer está escrita...
quando as candidaturas abriram há um mês e não se falou nisso, e fecham daqui a 3 dias...
quando cada projecto tem de ir com mais 5 cópias, encadernadas, em papel, porque os senhores não devem ter computadores em casa...

Comentários

joana lee disse…
LoL. Imagino a coisa e fico cheia de arrepios. Coragem.

Gosto do blog...

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the producers

there comes a time in your life when you have to stand up straight and scream out loud so that everybody can hear: "Who the hell do I have to fuck to have a chance around here?!" The Producers | Mel Brooks | Drury Lane Theatre | Covent Garden quando ouvi isto, soltei a gargalhada amarga que me acompanha nas ironias da vida. agora já nem consigo rir. estou cansada. não dou o cuzinho e três tostões, mas dou o couro e três tostões. não conta, porra?
sabes quando te revisitas e já não te encontras? não sabes o que fazer de ti contigo. as perdas têm sido valentes, as estocadas mais fundas. pensei que por agora a pele estivesse mais grossa, mas não. pensei que estivesse de pés assentes, mas há força nas pernas. perdi o meu pai. perdi o meu chão. espero por uma fase boa. em que esteja tudo bem, organizado. nem que venha depois outra ventania, mas um pedaço de vida em que tudo esteja no seu lugar. só por um bocadinho. mas não. as peças estão espalhadas, quando começo a arrumar umas, caem ao chão as do outro canto da vida. um empilhar de pratos num tabuleiro demasiado cheio, que não se tem oportunidade de ir despejar à cozinha. até as metáforas me saem avariadas, já. tabuleiros de cozinha é o que me sobra. isto são metáforas, certo? é um padrão, o padrão caótico da minha vida, que tento desenhar em palavras que já não tenho. quero despejar-me aqui mas não sei bem como. os medos continuam, sabias? estão piores, diria, porque...

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