Avançar para o conteúdo principal

[m/p]erdas

dois anos e meio. de dedicação. quando mais ninguém via ali uma ponta de interesse, eu estava lá. a batalhar, a tentar que evoluísse. falo de um lugar, mas também de um lar. que pensava que tinha. ali uni uma família desconstruída. consegui que muita coisa acontecesse apesar da grande percentagem de improbabilidade. apesar dos "o que é que estás lá a fazer". apesar de perder dinheiro de cada vez que ia para lá. fazia os 30 km com dedicação e noção de que tinha de ser, se quisesse que algo acontecesse. ensaiei até às 8 da manhã sem replicar. pintei chão. colei cartazes. lavei camarins. cosi panos. acendi luzes, carreguei no play nas alturas certas. subi e desci volumes. vendi o produto. vendi bilhetes. fiz os telefonemas todos. lutei com um computador no seu leito de morte e ganhei. fiz cartazes. textos de promoção. traduções. dirigi actores. dirigi alunos. dirigi desânimos. trouxe bolas de berlim de madrugada. dei boleias a quem não tinha como ir para casa.
tive de sair por dois meses. avisei com um ano de antecedência e honrei o compromisso de que voltaria de braços abertos. deixei também tudo preparado para agarrarem uma oportunidade que os poria de novo na mó de cima.
e agarraram.
mas chegou o momento de distribuírem papéis. e eu não estou na lista.

mais uma casa que mobilei, a que dei alma. e que perdi.
merry fucking christmas

Comentários

Mensagens populares deste blogue

take me away

uma música triste de Silence 4, uma balada doce de Lifehouse... o estado de espírito desta quarta feira. vou-me embora. por alguns dias, vou-me alhear do mundo. desta vez a redoma é minha. pegar no carro e ir. fazer-me à estrada. com destino marcado a vermelho no mapa, para uma despedida em grande. depois, logo se vê. vou poder descansar. a cabeça [das ansiedades], a máquina [que anda outra vez aos saltos], o corpo [fraco e dorido]. mas acima de tudo, vou poder ser. sorrir quando realmente me apetecer. chorar se e quando me apetecer. vai ser um fim de semana prolongado de apetecimentos.

q.b. de q.i.

como é sabido, neste centro de escritórios funciona também uma das maiores agências de castings do país. há enchentes, vagas de gente daquela que nos consegue fazer sentir mais baixos e mais gordos do que o nosso próprio e sádico espelho. outras enchentes há de criancinhas imberbes que nos atropelam no corredor de folha com número na mão. as mães a gritarem hall fora "não te mexas que enrugas a roupinha" ou "deixa-me dar-te um jeitinho no cabelo ptui ptui já está"... e saem e entram e sentam-se e entreolham-se naquele ar altivo as meninas muito compridas e muito fininhas, do alto ainda mais alto dos seus tacões e com a mini-saia pendurada no osso da anca, que o meu patrão já diz "deixem passar dois anos que elas começam a vir nuas aos castings... pouco falta... têm é de vir de saltos altos... isso é que já não descolam dos pés!" bom, nesses dias aceder à casa de banho é um inferno. é que elas enfiam-se lá dentro nos seus exercícios de concentração preferid

o duende feliz

não, não é nenhum post acerca do nosso amigo linkado aqui ao lado, esse mestre dos contos e das fantasias... se bem que merecia... é que recebi uma prendinha de Natal e pude voltar às dobragens... algures nesta quadra [ergh, detesto esta palavra] passará na TVI o filme de animação "O Duende Feliz", ou "The Happy Elf". a Molly sou eu. [não tem que enganar é a miúda cuja primeira cena se passa a apedrejar o dito Duende, o Eubie... eheheheh] e também sou eu [kind of] que abro o filme, com a Irmã... esta não tem nome próprio, mas é a ela e ao irmão [que ela entretanto transformou em árvore de Natal à pancada] que se vai contar a história do Duende. sim, sim, calharam-me as miúdas reguilas e ainda por cima as duas dentro da mesma faixa etária... e agora fazer duas vozes distintas...? seria cantado pelo Harry Connick Jr. [essa maravilhosa voz que me persegue com a banda sonora de When Harry Met Sally] mas agora deve ser o Quim Bé a cantar... também não está mal... tu, jov