Avançar para o conteúdo principal

natal e lua cheia

deveria já sentir-se o cheiro da canela e dos fritos, da lenha a crepitar, o quentinho do forno sempre a funcionar, e da lareira. devia haver o sussurro das últimas prendas a serem embrulhadas, num vago secretismo maroto. devia sentir-se as vibrações de carinho e ansiedade pela chegada dos nossos tão queridos que chegam amanhã. que são inerentes a esta altura do ano, sempre, cá em casa. devia começar-se a espalhar velinhas pela casa. pôr as prendinhas pequeninas para aqueles que não estão debaixo da árvore. encher o frigorífico com o aprumo e dedicação, já salivando com a perspectiva dos pratos compostos. devia haver música, independentemente dos gostos. sorrir-se com a ideia de uma noite de natal com todos os que sempre importaram juntos de novo, sem hipocrisias, e com o facto de ser uma noite fria, límpida, de lua cheia, ou quase.
todos os anos o temos conseguido, bem ou mal.
este ano, a casa está fria. em todos os sentidos.

Comentários

polegar disse…
o síndroma "put on a happy face"... meu grande conhecido, companheiro de todas as horas...

Mensagens populares deste blogue

wc cheap&chic makeover

ora passámos disto para isto quem diz que uns pés-descalços do subúrbio não podem ter um Roy Lichtenstein na banheira? com direito a um armário exclusivo para viagens sensoriais ao passado, recheado de pequenas antiguidades da higiene e cosmética por nós coleccionadas através de incursões a drogarias de bairro. trabalho feito por uma equipa de dois, em 8 dias, por um terço do preço que custaria mandar fazer por "profissionais". há por aí alguém que precise dos nossos serviços de consultoria? fazemos orçamentos grátes e vamos a casa...

the producers

there comes a time in your life when you have to stand up straight and scream out loud so that everybody can hear: "Who the hell do I have to fuck to have a chance around here?!" The Producers | Mel Brooks | Drury Lane Theatre | Covent Garden quando ouvi isto, soltei a gargalhada amarga que me acompanha nas ironias da vida. agora já nem consigo rir. estou cansada. não dou o cuzinho e três tostões, mas dou o couro e três tostões. não conta, porra?

reviravoltas

[ms] mais uma para o currículo. descansa. estou cá, para te dar a mão. e um dia ainda nos vamos rir... os dois... entretanto, rimo-nos também, que não há mal que não desista à vista dos dentes desgarrados e das barrigadas de nós os dois. porque eu sei o que vales, quanto vales e como vales. e para cada ingrato, grato e meio. os destinos entrançam-se devagarinho. nada acontece por acaso. há quem consiga aguentar o nó na garganta de mão dada. sabes que quando se fecha uma porta... nem que tenha de rebentar uma janela à pancada... o céu troveja porque não sou só eu que estou revoltada... peito cheio, vem aí o vento... vamos apanhá-lo de velas içadas. vamos apanhar a chuvada de boca aberta ao céu... vou sair agora. vens?