sabes quando te revisitas e já não te encontras? não sabes o que fazer de ti contigo. as perdas têm sido valentes, as estocadas mais fundas. pensei que por agora a pele estivesse mais grossa, mas não. pensei que estivesse de pés assentes, mas há força nas pernas. perdi o meu pai. perdi o meu chão. espero por uma fase boa. em que esteja tudo bem, organizado. nem que venha depois outra ventania, mas um pedaço de vida em que tudo esteja no seu lugar. só por um bocadinho. mas não. as peças estão espalhadas, quando começo a arrumar umas, caem ao chão as do outro canto da vida. um empilhar de pratos num tabuleiro demasiado cheio, que não se tem oportunidade de ir despejar à cozinha. até as metáforas me saem avariadas, já. tabuleiros de cozinha é o que me sobra. isto são metáforas, certo? é um padrão, o padrão caótico da minha vida, que tento desenhar em palavras que já não tenho. quero despejar-me aqui mas não sei bem como. os medos continuam, sabias? estão piores, diria, porque...
Comentários
se bem que fica lá perto.
parabéns.
mais uma vez provaste que sabes o que fazes.
e fazes bem.
muito bem.
citando quem sabe: "mais uma semana e partias a loiça toda!"
marinheiroaguadoce a navegar
marinheiroaguadoce a navegar
Parabéns!
Beijos GRANDES, B.
nuno vaz: pode ser tanta coisa. pode ser uma pestana a cair. ou um maremoto. é, sem dúvida, uma manifestação visceral e emocional da natureza no nosso corpo. escolhi as borboletas pelo turbilhão caótico mas tão suave com que as suas asas dedilham o ar...
marco: é, sem dúvida, isso mesmo. é sempre uma primeira vez. "daquelas"... ;)
pinky: não me enganei e o pessoal parece que até se divertiu. missão cumprida :)