ouve-se uma voz a pedir que se desliguem os telemóveis. blackout. entramos em cena e preparamo-nos. de repente, as luzes acendem ao som de música e começa. estreias é sempre um bocado estranho. há demasiados amigos na plateia. pessoal demasiado descontraído e demasiado desatento. na cabeça passa a vontade de vingança "riam, que depois vão chorar..."
houve enganos e imprevistos. há sempre.
mas contámos a história. de repente ando a dançar pelo palco. daí a pouco estou de espada à cintura a fazer voz grossa e a pedir uma morte ao rei. depois, lançada aos pés dele a pedir que não me mate. notamos que pararam de tossir, de comentar.
depois os aplausos. como há muitos amigos, a generosidade é muita. é o positivo das estreias. e também o negativo, porque não é uma amostra real da reacção do público "normal", ou seja, pagante...
depois tirar o estuque da cara e correr para a entrada. abraçar o pai, a irmã... a minha mãe não veio. ainda não está bem. e fez-me falta. costumo tê-la lá de olhos presos em mim, mãos apertadas. ela queria ser actriz. um dia (mas só nesse dia) assumiu que me admirava a coragem de ter dado o passo decisivo. cada um abdica do que sente necessário.
detesto palmadas nas costas, peço críticas.
de repente o bar está vazio. estou sentada numa cadeira abraçada aos joelhos, com uma cerveja. o grupo vai-se juntando naquele canto, a descomprimir. por mim, a noite está feita. o meu corpo adormeceu há muito. a minha cabeça estala.
mas fomos todos beber um copo, depois de um pão com chouriço.
lá estamos, nas Algemas (nome que demos ao bar "do costume" depois de num Carnaval um colega meu passar a noite toda a gritar pela vocalista da banda de música ao vivo, que estava mascarada de polícia). contámos una aos outros os pormenores escabrosos de bastidores que mais ninguém vê. rimos, rimos, rimos. hoje dói-me a barriga. e estou a cabecear para cima do teclado.
esta noite há mais...
houve enganos e imprevistos. há sempre.
mas contámos a história. de repente ando a dançar pelo palco. daí a pouco estou de espada à cintura a fazer voz grossa e a pedir uma morte ao rei. depois, lançada aos pés dele a pedir que não me mate. notamos que pararam de tossir, de comentar.
depois os aplausos. como há muitos amigos, a generosidade é muita. é o positivo das estreias. e também o negativo, porque não é uma amostra real da reacção do público "normal", ou seja, pagante...
depois tirar o estuque da cara e correr para a entrada. abraçar o pai, a irmã... a minha mãe não veio. ainda não está bem. e fez-me falta. costumo tê-la lá de olhos presos em mim, mãos apertadas. ela queria ser actriz. um dia (mas só nesse dia) assumiu que me admirava a coragem de ter dado o passo decisivo. cada um abdica do que sente necessário.
detesto palmadas nas costas, peço críticas.
de repente o bar está vazio. estou sentada numa cadeira abraçada aos joelhos, com uma cerveja. o grupo vai-se juntando naquele canto, a descomprimir. por mim, a noite está feita. o meu corpo adormeceu há muito. a minha cabeça estala.
mas fomos todos beber um copo, depois de um pão com chouriço.
lá estamos, nas Algemas (nome que demos ao bar "do costume" depois de num Carnaval um colega meu passar a noite toda a gritar pela vocalista da banda de música ao vivo, que estava mascarada de polícia). contámos una aos outros os pormenores escabrosos de bastidores que mais ninguém vê. rimos, rimos, rimos. hoje dói-me a barriga. e estou a cabecear para cima do teclado.
esta noite há mais...
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